A corregedoria da Receita Federal, em Brasília, não se manifestou quanto à sindicância aberta contra os auditores e fiscais da instituição detidos em novembro de 2008, em Corumbá, por suspeitas de corrupção. Os oito implicados no caso foram soltos uma semana depois da Vulcano, operação da Polícia Federal que desvendou o caso, por meio de escutas telefônicas, entre outros atos investigatórios, segundo reportagem na edição de hoje do jornal Correio do Estado.
Investigação conduzida pela PF, conhecida como “Vulcano”, e denúncia proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) revelam que duas quadrilhas pagavam propina aos servidores e, em troca, legalizavam cargas de mercadorias trazidas do exterior por Corumbá.
Os bandos, segundo a apuração, agiam no mercado de roupas, bebidas e combustível. Doleiros clandestinos contribuíam com a quadrilha, com empréstimos de
dinheiro.
“Informamos que não temos divulgação da Corregedoria da Receita Federal sobre esse assunto”, afirmou, por e-mail, a assessoria de imprensa, em Brasília, quando questionada sobre a investigação administrativa acerca dos auditores e fiscais.
Segundo a reportagem de Celso Bejarano, em diálogos telefônicos captados por meio de autorização judicial, Ali Ismail, morador de Corumbá, é acionado por supostos líderes da quadrilha, que pedem emprestadas altas somas em dólares, para pagar cargas que seguiam da Bolívia ao interior de São Paulo e que atravessavam pela fiscalização da Receita Federal, em Corumbá, perto da fronteira com a Bolívia.
Em alguns casos, segundo a conversa, o dinheiro era para pagar propina aos servidores federais.