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Cidades Fiscal de rendas é preso por pedofilia Fiscal de rendas é preso por pedofilia 4 MAR 2010 • POR • 05h37

O fiscal de rendas da Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Daniel Batista Paniago de Miranda, 40 anos, foi preso ontem por pedofilia. Ele é acusado de aliciar pelo menos dez crianças para fins sexuais. As meninas tinham de 10 a 12 anos de idade e a maioria morava em bairros da periferia de Campo Grande. A prisão foi efetuada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), na operação denominada Peter Pan. Após quatro meses de investigações, os promotores e policiais que integram o Gaeco conseguiram prender o acusado em sua residência, localizada na Vila Jacy, região sul da Capital. No local, foram apreendidos agendas, roupas infantis, um computador, pendrives e CDs, onde estavam escritas as frases “Sexo e Amor” e “Sexualidade 1,2,3,4...”. Também foram encontrados livros que tratam do tema sexualidade, principalmente da filosofia do indiano Osho. O fiscal, conforme fontes do Ministério Público Estadual, mora sozinho, não tem filhos e cursa faculdade de Direito. Um fiscal de rendas ganha cerca de R$ 18 mil mensais. Ele foi aprovado em concurso do governo estadual em 2006. Para atrair as vítimas, ele oferecia presentes, como roupas, em troca da relação sexual. As meninas também eram levadas à casa de Daniel, onde há piscina e mesa de sinuca. Investigação As investigações sobre envolvimento do servidor com o crime de pedofilia começaram em outubro de 2006, quando o promotor de Justiça da Infância e da Juventude, Sérgio Fernando Harfouche, recebeu denúncias de uma pessoa, que não quis se identificar, mas contou detalhes da atuação do suposto pedófilo. Testemunhas relataram que ele distribuía doces para crianças nas proximidades da casa onde morava, como forma de atrair as meninas. As investigações apontaram ainda que, em muitos casos, os contatos com as crianças e adolescentes iniciaram por meio de sites de relacionamentos, como Orkut. “Isso serve como alerta aos pais, pois esses sites são proibidos para menores de 18 anos, mas os adolescentes mentem a idade”, alerta o promotor Harfouche. O fiscal de rendas também procurava prostitutas para conhecer as meninas com quem pretendia manter relações. Durante os trabalhos, o Gaeco identificou ainda que Daniel mantinha contato com uma boliviana, que aliciava as filhas adolescentes. Apesar destes fatos, não é confirmado se ele fazia parte de alguma rede ligada à pedofilia. Mais informações não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações. Ainda ontem, testemunhas prestaram depoimento sobre o crime, mas as declarações ainda não foram reveladas. Segundo nota divulgada pelo Ministério Público, a prisão temporária do servidor teve como objetivo aprofundar as investigações e impedir que ele atrapalhe a obtenção de provas. Ainda de acordo com o órgão, Daniel pode responder pelos crimes de estupro de vulnerável ou exploração sexual de vulnerável, dependendo da idade da menina. O governo estadual, conforme assessoria de imprensa, aguarda orientações da Justiça para abrir processo administrativo.