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Política Invadindo as telinhas Invadindo as telinhas 6 MAR 2010 • POR • 03h36

Os seriados americanos invadiram as casas sul-matogrossenses. O público, formado principalmente por jovens na faixa dos vinte anos – mas que não exclui pessoas mais velhas – assiste cinco, dez, quinze seriados ao mesmo tempo. Os gêneros são os mais variados e incluem drama, horror, comédia, ficção científica ou misturam todos esses criando obras inusitadas e originais. Diferente das novelas nacionais, os seriados são divididos em temporadas, com histórias fechadas, mas que geralmente fazem parte de uma trama maior que as envolve. “Gosto da possibilidade de ver qualquer episódio aleatoriamente. É algo que não acontece com as novelas”, explica a publicitária Ana Elisa Laboru, ou Anê, de 22 anos. Ela tenta comprar pelo menos uma temporada dos seriados que gosta por mês. A coleção ainda é pequena, mas inclui algumas séries que fazem sucesso no momento como “House” e “The office”. “Não compro mais por falta de grana mesmo. Cada caixa de DVD é bastante cara”, ressalta a publicitária. A febre em torno dos seriados produzidos pelos Estados Unidos é antiga, afinal, como alguém poderia esquecer de “Barrados no baile” ou “Arquivo X” ? Contu- d o, n o s últimos anos, houve um “ boom” no número de seriados e fãs brasileiros. Internet e DVDs propiciaram essa explosão. Em conse- quência, sites, blogs, fóruns de internet e, até mesmo, revistas, es- pecializaram- se neste universo. P a r a o advogado Alysson Ban- d i n i , o que chama a atenção nos seriados importados é que eles são muito diferentes dos que são produzidos no Brasil e também da cultura local. “Até assisto uma ou outra série nacional, como ‘Os normais’, mas não dá para comparar com o que existe lá fora”, considera. Ele e seu irmão Allan são donos de uma coleção com mais de 15 títulos, com quase todas as temporadas completas. Outras mídias Muitos fãs começaram a assistir aos episódios na televisão, contudo, a dificuldade criada pelos horários, forçou-os a buscar novos meios para acompanhar a trama. “Com a internet, eu posso assistir aos episódios quando tenho tempo. Posso adaptar meus horários e isso não acontece com a televisão. Também não gosto de intervalos”, explica a administradora Ana Flávia Violante, que assume a preferência por séries com mais temporadas como “Grey’s anatomy” ou “Lost”. Anê também deixou de seguir os seriados na televisão. Primeiramente, ela migrou para a internet. Mas depois passou a comprar caixas com temporadas completas. “Ainda faço download de vez em quando, mas prefiro os DVDs. Posso assistir em qualquer lugar ou convidar amigos para assistir. No computador, isso não funciona”, alega. Outro publicitário “viciado” em seriados, Lucas Moraes, conhecido como Kuca, busca na rede mundial de computadores informações sobre novos títulos. “O último que descobri chama-se ‘Spartacus’. Ele promete bastante”, acredita. Para o publicitário, a internet facilita muito o acesso aos programas, permitindo que se assista um número maior de episódios, sem intervalos comerciais. Kuca se reúne semanalmente com um grupo de mais oito pessoas para assistir aos seriados. No momento, a série escolhida pelos amigos é “Lost”, que acaba de chegar a sua última temporada. “Podemos discutir o que acontece, ver o que cada um pensa. É algo bem legal de se fazer”, acrescenta. Ana Flávia também procura discussões sobre o seriado na internet. “Como a trama é bastante complexa, eu sempre procuro opiniões de outras pessoas em comunidades na web”, finaliza.