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VIOLÊNCIA Vendedora diz que dois filhos morreram por racismo Vendedora diz que dois filhos morreram por racismo 3 MAI 2014 • POR DA REDAÇÃO • 00h00

       Cleonie com o retrato de Anderson, um dos filhos assassinados (Foto: Valdenir Rezende)

A banana atirada no jogador Daniel Alves, do milionário Barcelona, time de futebol da Espanha, motivou uma inquietação mundial nas redes sociais pelo escancarado gesto racista. Em Campo Grande, ainda sem muito estrondo, duas histórias vividas pela vendedora Cleonice Rocha da Silva, 50, moradora do Parque do Sol, bairro simples, causaria alvoroço igual a do atleta se dois dos seis filhos da vendedora fossem famosos. Eles foram assassinados, em datas distintas, por dois homens que, antes de matar os irmãos xingaram-os de “pretos, pobres, burros e vagabundos”. A reportagem está na edição de hoje (03) do jornal Correio do Estado.

Segundo a reportagem de Celso Bejarano, os filhos de Cleonice morreram a tiros, um em dezembro de 2007, outro no dia 14 do mês passado. “Perdi meus filhos por preconceito, por eles serem pretos e pobres”, disse a mãe, desolada porque um dos acusados, policial militar aposentado, apresentou-se à polícia duas semanas atrás, confessou o crime e foi posto em liberdade.

Perdas

Cleonice é mãe de Anderson da Silva Faria, negro, que era o noivo de Eunice, então adolescente. O romance do filho da vendedora foi desfeito de vez seis anos atrás. Ele foi morto pelo tio da noiva que alegava que a jovem ''merecia coisa melhor''.

Dia 14 de abril de 2014, a vida da vendedora Cleonice sofreu outro revés: o filho Isaias Faria, de 30 anos de idade, também foi morto a tiros, e o motivo, segundo ela, semelhante ao de Anderson: racismo