Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Dourados apreenderam na terça-feira (6), em Fátima do Sul, 35 aves silvestres que eram criadas ilegalmente em cativeiro.
Duas pessoas foram multadas em R$ 200 mil e também responderão por crime ambiental.
O Ibama chegou aos suspeitos por meio de denúncias. Em uma casa localizada na área central da cidade, foram apreendidas 14 aves; as outras 21 estavam em uma residência no Jardim Eliane.
Segundo o fiscal Werneck Almada, os criadores mantinham em cativeiro animais retirados da natureza. Ele explicou que um os acusados são investigados por adulterarem anilhas que servem para comprovar legalmente a origem das aves. Um deles até possuía um equipamento específico para isso.
“As anilhas ficam presas aos pés dos pássaros e servem para registrá-los oficialmente e identificá-los como animais nascidos em cativeiro, e que podem ser legalmente comercializados. O que acontecia em Fátima do Sul é que a anilhas eram ilegalmente removidas de aves nascidas em cativeiro e colocadas naquelas retiradas da natureza. Com esse artifício, os criadores tentavam driblar a fiscalização”, disse Werneck.
Ele ainda explicou que entre as espécies apreendidas estavam curiós e bicudos, tidas como as preferidas dos compradores. Um dos acusados foi autuado em R$ 15,5 mil, enquanto o outro em aproximadamente R$ 185 mil. A pena para este tipo de crime varia de seis meses a 1 ano de detenção.
“Esses valores são calculados com base no número e espécie dos animais recolhidos. Vamos analisar as anilhas em busca das adulterações. Se as irregularidades forem comprovadas, as penas e as multas podem subir ainda mais”, lembrou o fiscal.
Ainda de acordo com Werneck, o cerco contra o comércio ilegal de animais silvestres está sendo fechado. “Na semana passada já havíamos apreendido 32 aves. Alguns criadouros da região não estão cumprindo a Lei, por isso, estamos intensificando nossas fiscalizações”, concluiu.
Os animais recolhidos durante as operações receberam os primeiros cuidados e foram encaminhados para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.