Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Com cocares, arcos e flechas, os índios fizeram pajelança, cantaram e dançaram na marquise que abriga as cúpulas. A invasão ocorreu por uma pequena passagem que liga o Eixo Monumental (rua principal da Esplanada dos Ministérios) à cúpula do Congresso.
A Polícia Militar, que mobilizou 120 homens para monitorar a manifestação, acompanhou o ato sem impedir a subida às cúpulas. Os índios protocolaram de manhã uma queixa-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra os deputados Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PDT-RS), que durante audiência no Congresso criticaram os indígenas e defenderam a sua retirada de propriedades rurais.
O grupo também defende a demarcação de terras indígenas e o fim da violência sofrida pelos índios em diversos Estados brasileiros, assim como a aprovação de projetos como o que institui o estatuto dos povos indígenas.
Coordenadora do protesto, a indígena Sônia Guajajara disse que o Congresso quer "rasgar" a Constituição ao retirar diretos dos índios. "Temos direito à terra, isso está previsto em lei.
Mas o Congresso quer legalizar a tomada de terras. Vamos resistir, o modelo de desenvolvimento econômico está acabando com os povos indígenas", afirmou.
O grupo também fez protestos na manhã de hoje em frente ao Palácio do Planalto, onde tentou subir a rampa principal e entrou em confronto com a polícia. Segundo os indígenas, um deles acabou ferido durante a confusão. Os índios ainda fizeram pajelança e um ato político na Praça dos Três Poderes, próximo ao STF.
Os indígenas vão ficar mobilizados em Brasília durante esta semana, em acampamento, para fazer uma série de atos políticos em defesa dos seus direitos.