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Economia Distribuidora raciona gasolina em MS Distribuidora raciona gasolina em MS 9 MAR 2010 • POR • 08h16

Desde sexta-feira, a BR Distribuidora está racionando a venda de gasolina aos postos de combustíveis em Campo Grande. A estatal entrega apenas cinco mil litros do produto a cada revendedor, mesmo que a encomenda seja superior a esse montante. Alguns chegam a pedir 30 mil litros/dia, porém a entrega não ultrapassa ao estipulado pela distribuidora. De acordo com gerentes de postos, a falta da gasolina ocorre porque proprietários de veículos bicombustível deixaram de utilizar o derivado da cana-de-açúcar ao calcular a relação custo benefício e verificar que o derivado do petróleo é mais econômico. Com demanda maior, desde a semana passada, postos de abastecimento de Campo Grande estão com dificuldades para repor os estoques do combustível. O álcool, que antes representava cerca de 40% das vendas, caiu para 10%. Consequentemente a gasolina pulou de 60% para 90% do total das vendas. Resultado: o derivado do petróleo começa a faltar nas distribuidoras da Petrobras e, consequentemente nos postos de vendas ao consumidor, que só não pararam ainda por conta de reservas mantidas nos estoques por precaução. Estoque baixo É o caso do Posto Santa Conceição. O gerente, Militão Pires, conta que normalmente compra cerca de 20 mil litros de gasolina por dia, mas como hoje, as distribuidoras não estão entregando mais que cinco mil litros ao dia, o comerciante está tendo que trabalhar com o estoque, que está baixo. “Normalmente fico com o tanque de 40 mil cheio, repondo diariamente. Mas sábado, por exemplo, precisei de 10 mil e eles mandaram apenas cinco”. Pires frisa que a justificativa das distribuidoras é que “não têm mais gasolina porque as carretas não chegaram”, diz Pires. O gerente de outro posto da Petrobras, Leoni Brizola, conta que na sexta-feira teve dificuldades para comprar gasolina da distribuidora BR. “Consegui, mas com atraso de um dia. Me mandaram apenas cinco mil litros – comprei para fazer reserva”, conta, evidenciando o receio de que o combustível falte. Lu is A l ber to Ca lepso, gerente do Posto Cidade, também fez uma encomenda maior, de 15 mil litros, e recebeu apenas os cinco mil racionalizados pela distribuidora. “Para nós, na quintafeira, disseram que estavam carregando em Paulínea (SP) e estava atrasado. Já hoje disseram que o sistema estava fora do ar”, conta. O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos e de Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), nega que esteja ocorrendo escassez do combustível. Segundo o diretor de comunicação do Marcos Vilalba, a Petrobras não emitiu nenhum comunicado oficial de racionamento de gasolina. “Foi apenas um atraso pontual”, afirmou. A distribuidora foi procurada não se pronunciou sobre o assunto.