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eleições 2014 Dilma diz não se preocupar com depoimento do ex-diretor da Petrobras Costa foi convocado para falar nesta quarta (17) no Congresso 14 SET 2014 • POR FOLHAPRESS • 19h00

A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo (14) não ter nenhuma expectativa nem preocupação em relação ao depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso por suspeita de participar de um mega esquema de corrupção.

Costa foi convocado para falar nesta quarta (17) no Congresso. Ele firmou um acordo de delação premiada e já citou nomes de deputados federais, senadores e até de um ministro do governo Dilma como beneficiários do esquema de pagamento de propina, de acordo com as revistas "Veja" e "IstoÉ".

"Eu acho que esse é o tipo da decisão que o executivo não deve se meter. [...] Nós não temos nenhuma expectativa nem preocupação em relação a isso", afirmou a presidente nesta tarde, durante coletiva no Palácio do Alvorada.

A convocação de Costa foi aprovada na semana passada. O pedido para ouvi-lo foi formulado inicialmente à Justiça Federal no Paraná, onde tramita dezenas de processos relacionados à Operação Lava Jato, que apura o esquema de desvio e lavagem de dinheiro comandado por doleiros.

Como o juiz do caso, Sérgio Moro, afirmou que o pedido deveria ser formalizado ao Supremo Tribunal Federal, corte que cuida de casos envolvendo autoridades com foro privilegiado como deputados, senadores e ministros.

Silêncio

O pedido para ouvir o ex-diretor da CPI na Petrobras foi reiterado ao Supremo e o ministro Teori Zavascki decidiu que não há impedimentos para que o delator compareça à sessão.

O ministro destacou, contudo, que o delator poderá ficar em silêncio. "Sem prejuízo de que sejam asseguradas ao convocado as suas garantias constitucionais, de resto oponíveis às próprias autoridades judiciárias, entre as quais a de permanecer em silêncio".

O Ministério Público Federal, que firmou o acordo de delação premiada com o ex-diretor, é contra a presença dele na CPI.

Não se descarta, assim, que a sessão aconteça de portas fechadas e que o depoimento de Costa seja classificado como sigiloso.