Compartilho, com os mais inteligentes, o desprazer de, semanas atrás, ter visto a desagradável imagem da candidata Dilma em capa da Veja e outras revistas. Apesar dos esforços dos cirurgiões plásticos e mais ainda a arte do fotógrafo ela permaneceu ela mesma, a antipática guerrilheira Dilma Roussef – a sapa do Lula. E como as fotos eram muito semelhantes, visivelmente produzidas em estúdio e simultaneamente publicadas, ficou muito claro que se tratava de matéria paga. Quanto custou? Milhões. Milhões retirados do inesgotável caixa do PT, regado de forma constante por vasos comunicantes com estatais e cofres públicos menos fiscalizados. Faz pouco tempo, levantou-se a possibilidade de uma CPI na Petrobrás. Imediatamente, em desesperada campanha, o governo, não se sabe a que preço, sustou aquela “insuportável” devassa nas contas da intocável estatal. Mas, voltemos à Dilma. Além da capa, a queridinha do presidente, foi dona de 10 páginas internas da revista, com abertura em folha dupla, coloridas e encantadoras fotos da diva. Dez páginas. Quanto custou? Entendo que custará a derrota da indigesta senhora da capa. Com aquela reportagem entregaram ao PSDB a trilha bem definida da vitória eleitoral. Trilha que já havia sido entregue pela direção do PT ao publicar o seu plano de governo para o período Dilma Roussef. Trata-se de um bem estudado projeto coordenado pelo empedernido marxista – leninista Marco Aurélio Garcia, o mesmo que empurrou o arrepiadinho Celso Amorim do Itamaraty à tristemente burra política de aproximação com Chaves, aquele louco do Irã e o mundialmente sepultado comunismo de Cuba. A doutrina Dilma propõe o controle estatal da economia em oposição ao livre mercado, controle também da liberdade de imprensa, particularmente da TV. Enfim, é a velha proposta do “Estado Forte” em oposição à democracia nos moldes vividos pelo mundo livre. Essa doutrina derrotou Lula três vezes e a sua vitória eleitoral em 2003 foi conseqüência da negação dessas idéias através da histórica “Carta ao povo brasileiro” que deu aos marqueteiros o material para a criação do “Lulinha Paz e Amor”. Essa mesma doutrina acaba de derrotar a esquerda chilena que terminava o governo da Sra. Bachelet com mais de 80% de aprovação. Na reportagem da citada revista há uma citação entre aspas do presidente tentando redirecionar a campanha da queridinha; diz-nos: “Parece que tem gente no PT com saudades do tempo em que perdíamos eleição uma atrás de outra”. Lula que por sua ignorância nunca teve ideologia e que pela sua inteligência sempre ganhou eleições, afinal entendeu que estava embarcando num barco furado e que deve sair dele a qualquer custo. Na mesma reportagem está escrito que essa gente tem o relógio ideológico parado há três décadas. Parece que se referia ao coordenador Marco Antônio Garcia e seu sequito, no que estava certo quanto ao atraso, mas enganado quanto ao tempo pois o Manifesto Comunista de Marx e Engels data de mais de um século e meio, pois é de 1840. Vê-se que o trabalho de Lula, com desgastante atraso, buscará a transformação da indigesta e antipática moça numa glamurosa bonequinha amante do liberalismo democrático. Trabalho ingrato e, no nosso entender, impossível – não conseguirá. Algumas evidências muito simples se mostrarão como impedimento maior. Em primeiro lugar a Dilma é a estrela maior dessa constelação da esquerda radical que compôs a Casa Civil durante todo o governo Lula (sete anos) e pelo seu orgulho e convicção ideológica não aceitará esse papel e, mesmo aceitando, parecerá uma ridícula farsa mal representada. Difícil transformar a moça na “Dilminha Paz e Amor”. E a última viagem da trupe ao México e à Cuba evidenciará a mentira dessa transformação, se houver. Lá a orgulhosa guerrilheira, a portas fechadas, abraçada ao atraso sul-americano, dos Chaves e Castros, fez juras de amor à causa revolucionária comunista. E o possível promotor da teatral transformação, o nosso Lula, sofreu, também em Cuba, a maior mancha de sua biografia ao assistir, calado, à morte, por greve de fome, de um dissidente cubano. Parece que aceitou a explicação do presidente Castro de que os Estados Unidos eram os culpados daquela morte. Por tudo isso, está mais fácil o caminho da vitória da oposição até porque a nossa brava gente brasileira não costuma engolir sapo nem sapa.