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falta de leitos Defensoria Pública registra dois pedidos por dia para vaga hospitalar em Campo Grande Na semana passada, Justiça determinou que município internasse paciente em hospital particular. 30 OUT 2014 • POR DA REDAÇÃO • 17h00

A Defensoria Pública da comarca de Campo Grande tem recebido, neste mês de outubro, pelo menos dois novos pedidos por vaga hospitalar a cada dia. Conforme levantamento do Núcleo da Fazenda Pública da Defensoria, somente nas duas últimas semanas, contabilizando dias úteis, plantões e feriado prolongado, foram atendidos 29 casos.

Conforme a Defensoria, os pedidos por vaga são diversificados e muitos são referentes a casos complexos que exigem transferência de pacientes que estão em Unidades Básicas de Saúde para UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Entre os casos atendidos na semana passada está o de um paciente de 82 anos, que deu entrada na UBS do bairro Tiradentes, no período da manhã do dia 22, após sofrer um mal súbito.

A médica de plantão, conforme prontuário, registrou desorientação aguda e suspeita de acidente vascular encefálico (AVE). Às 12h25min, a profissional atestou, em laudo, a ocorrência do AVE, considerou o quadro clínico gravíssimo, com risco de morte e solicitou vaga hospitalar via Regulação Municipal de Vagas, para realização de tomografia e avaliação com neurologista.

Porém, o leito não foi liberado devido à falta de vagas nos hospitais da Capital. Como os familiares não possuem condições financeiras de custear as despesas com internação em hospital particular, uma neta procurou a Defensoria Pública.

O pedido foi ajuizado pela Defensoria no período da tarde e deferido à noite. Conforme decisão judicial, o município tinha o prazo máximo de quatro horas para disponibilizar o leito ao idoso.

Diante do não cumprimento da ordem judicial, a Defensoria informou à Justiça que nenhuma providência foi tomada e, na sequência, o juiz emitiu um mandado de bloqueio e apreensão de valor, além de mandado de intimação com cumprimento imediato.

Foi determinado que o oficial de justiça fosse até a Unidade Básica Tiradentes e, caso o idoso ainda estivesse à espera da vaga, que fosse providenciada a internação em hospital particular com requisição de ambulância da UBS.

O oficial de justiça compareceu ao local e, como o assistido ainda aguardava, foi providenciada a transferência para um hospital particular, conforme decisão.