O líder da milícia islamita Boko Haram, da Nigéria, negou que tenha aceitado um cessar-fogo com o governo do país e afirmou, em vídeo divulgado na madrugada da sexta (31), que as mais de 200 meninas raptadas em abril se converteram ao Islã e se casaram.
"A questão das garotas está há muito tempo esquecida, porque eu as casei", disse Abubakar Shekau, rindo.
Em abril, 276 garotas com menos de 18 anos foram sequestradas enquanto faziam uma prova em um colégio católico de Chibok, no norte do país. Muitas delas conseguiram escapar, mas mais de 200 seguem desaparecidas. O episódio voltou as atenções do mundo para o grupo. "Voltar atrás não é uma opção nesta guerra", afirmou ele no vídeo, que foi recebido por agências de notícias e jornais locais, como mensagens anteriores.
O chefe do departamento de defesa nigeriano, Alex Badeh, anunciou em 17 de outubro que o Boko Haram havia aceitado um cessar-fogo que poria em pausa uma insurgência que dura cinco anos, matou milhares de pessoas na Nigéria e levou centenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas no norte do país.
Ainda que o governo tenha anunciado o cessar-fogo, ataques e raptos continuaram. Nesta semana, a cidade de Mubi, com mais de 200.000 habitantes, foi cercada pela milícia. Shekau anunciou em agosto que o Boko Haram deseja fundar um califado islâmico, similar à intenção do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.