
O filme “Jogos Vorazes: A Esperança — Parte 1” faturou a maior estreia do ano no Brasil. Desde seu lançamento na quarta (19/11), o terceiro filme da franquia “Jogos Vorazes” vendeu 1,8 milhão de ingressos e rendeu R$ 22 milhões nas bilheterias nacionais. Só que a forma como isso aconteceu pode ter consequências políticas.
Mas antes de lidar com o impacto negativo, a distribuidora Paris Filmes festeja o sucesso. A sci-fi juvenil superou o antigo recordista em 200 mil ingressos vendidos. Lançamento da Sony, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” vendeu 1,6 milhão de entradas em maio. Entretanto, com a exibição em 3D, o filme do super-herói superfaturou o valor de seus ingressos, mantendo-se como a estreia mais lucrativa do ano no Brasil – foram R$ 24,6 milhões alavancados pelos ingressos mais caros das sessões 3D.
“Jogos Vorazes: A Esperança — Parte 1” também rendeu a maior abertura do ano nos EUA no fim de semana, onde somou US$ 123 milhões (R$ 312 milhões) em ingressos vendidos. Mas, por lá, não conseguiu superar os números iniciais dos outros dois filmes da franquia. No Brasil, estes números foram facilmente superados. “A Esperança — Parte 1” bateu em 18% a abertura do filme anterior, “Em Chamas”, de 2013, para se tornar a maior estreia da franquia no país.
O número elevado de salas que receberam o filme também foi recorde nacional, e componente importante para a superação dos demais recordes. Mas a utilização de 1.336 dalas, de um total aproximado de 2.800 disponíveis em todo o país, gerou polêmica entre distribuidores e exibidores. A ponto de o presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Manoel Rangel, chamar de “predatória” a ocupação de quase 50% das salas por apenas um filme.
O fato pode ter desdobramento político e econômico. A ocupação massiva das salas por um mesmo filme será discutido em reunião da entidade regulatória, agendada para quarta (26/11). O presidente da Ancine não descarta a aplicação de medidas efetivas para controlar a quantidade de cópias e o circuito de exibição. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Rangel observou que filmes como “Jogos vorazes: A Esperança – Parte 1” expulsam outras produções do circuito e homogeneízam a oferta.