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Investigação Preso em operação contra pedofilia é diretor de empresa e revista gospel Luciano Roberto Pageu foi preso em estacionamento de supermercado junto de ex-vereador 18 ABR 2015 • POR aliny mary dias • 09h46

Preso em flagrante em operação da Polícia Civil que apura envolvimento de políticos em rede de pedofilia, Luciano Roberto Pageu é dono de empresa que organiza eventos e responsável por publicação de revista religiosa. O Grupo Altar, como é chamada a empresa que Luciano preside, teve relações com a prefeitura de Campo Grande, no ano passado.

Em extrato publicado em setembro do ano passado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a Fundação Municipal de Esporte (Funesp) autoriza o Grupo Altar, representado por Luciano, a utilizar as instalações do Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho, para promoção de shows gospel.

Na época, o espaço foi usado em três datas no mês de setembro e duas em dezembro para realização de show com dupla gospel, evangelização, vigília e até conferência religiosa.

No documento, a prefeitura não cobrou nenhum tipo de valor pela locação do espaço. O pagamento seria feito em permuta. No entanto, o documento não traz o detalhamento de qual serviço a empresa de Luciano prestaria para a administração municipal.

Além da promoção de shows, a empresa em nome de Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, produz a revista Altar. No site da revista, Luciano aparece como diretor-presidente da publicação.

Nos registros da Receita Federal, a empresa de Luciano atua no ramo de marketing direto, gestão de espaços para espetáculos, produção de fotografia aérea, comércio de jornais e filmagem de festas e eventos.

OPERAÇÃO

Iniciada na última quinta-feira (18), a operação comandada pelo delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), apura o envolvimento de políticos em suposta rede de pedofilia.

Além de Luciano, também foi preso, na quinta-feira, o ex-vereador Robson Leiria Martins. Os dois teriam sido flagrados recebendo R$ 15 mil do vereador Alceu Bueno (PSL), que seria suposta vítima de extorsão.

Os detalhes sobre a investigação e envolvimento de cada pessoa presa só deve ser divulgado pela Polícia Civil na próxima quarta-feira (22). No entanto, há suspeitas de que outros políticos estejam envolvidos no caso.

A reportagem apurou que ex-deputado estadual e que foi, inclusive, candidato a vice-governador de Delcídio do Amaral (PT), nas primeiras eleições em que ele concorreu ao cargo, em 2006,  também será investigado por envolvimento no caso.

PRISÕES

Luciano e o ex-vereador Robson Martins continuam detidos em razão de conversão da prisão em flagrante em preventiva. Os dois já entraram com pedido de liberdade, mas ainda não houve análise do pedido.

A reportagem tentou contato com o advogado Ramão Sobral, que representa o ex-vereador e Luciano, mas as ligações não foram atendidas. (Matéria alterada às 12 horas para correção de informação)