Há no registro histórico de nossa Pátria dados relevantes sobre episódios trágicos quão heroicos, da triste conflagração bélica sul-americana qual foi a Guerra da Tríplice Aliança, ou como erroneamente dizem, Guerra do Paraguai, na qual fomos envolvidos. Entre tais registros se destacam os escritos do Visconde de Taunay, Alfredo D’Escragnole de Taunay, denunciando os prolegômenos do conflito e o que destes se originou. Despiciente aqui repeti-los, eis sua evidência no curso dos anos, mais de um século e meio.
No momento, vale relembrar a atuação de um brasileiro que da legendária Bahia veio para a imensidão do Centro-Oeste e, aqui, dedicou mais de dois terços de sua existência ao Exército Nacional, também plantando frutuosa árvore genealógica. Honro-me dela participar, assentado em sua quinta geração.
Dois de meus primos, Pe. Thiago, salesiano, e Ricardo Figueiró, empresário, vêm de alguns anos a esta parte se dedicando na pesquisa de dados e fatos que significaram a vida de nosso antepassado – Cel. Pedro José Rufino. Há episódios marcantes na sua carreira militar devidos e minuciosamente anotados em seus assentamentos no Arquivo do Exército, por ordem do imperador D. Pedro II, com reiteradas menções à sua inteligência, zelo e disciplina no cumprimento de ordens superiores.
Dos relatos do Visconde de Taunay, há como destaque a participação brava e heroica de Pedro Rufino na epopeica Retirada da Laguna. Todas as circunstâncias que molduraram a volta da Força Expedicionária das terras guaranis à nossa fronteira sudoeste, cumprindo as ordens rígidas do comandante, o Cel. Camisão, asseguraram, na retaguarda, o deslocamento da tropa estropiada pela cólera até as margens do Rio Miranda, em Jardim, daí ao Porto Canuto, a beira das águas do Aquidauana. A segurança da retirada estava na firme determinação de Pedro Rufino.
O Exército Brasileiro aureolou o Cel. Pedro José Rufino como um dos seus heróis exponenciais, com homenagens póstumas, sobretudo, na área do Comando Militar do Oeste.
Meus primos, aqui referenciados, iniciaram meritória missão para que a data de 26 de abril de 1816, nascimento de nosso ilustre antepassado, seja lembrada condignamente no curso desse seu bicentenário. Confio na efetividade de seus propósitos; neles sou solidário, eis que o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, o Comando Militar do Oeste, CMO, a Fundação de Cultura, pelo Governo do Estado, hão de dar-lhes o imprescindível apoio para que as nossas gerações, sobretudo de sul-mato-grossenses , lembrem, dentre outros heróis, do Cel. Pedro José Rufino, que lutou pelas armas nacionais zelando pela integridade de nosso sagrado solo.