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caso comoveu Capital Mulher pensou em entregar cachorrinha para sacrifício Vitória Guerreira teve pele arrancada e patas esmagadas depois de atropelamento 4 JUN 2015 • POR GABRIEL MAYMONE • 16h55

A dona da cachorrinha Vitória Guerreira - 3 meses -, que teve metade da pele arrancada e as patas esmagadas depois de ser atropelada no sábado (30), em Campo Grande, cogitou a hipótese de entregar o animal ao Centro de Controle de Zoonose (CCZ), antes de abandoná-la, conforme confessou à polícia. O motivo seria porque ela não teria condições de pagar os cerca de R$ 1 mil para a cirurgia.

A dona da clínica veterinária Boulticão, Joice dos Santos Matos, relatou ao Portal Correio do Estado que o estabelecimento fez os primeiros socorros necessários ao animal. “Autorizei fazer o que fosse necessário. A doutora fez medicação para dor e a limpeza do local onde a pele estava esfolada, retirando a sujeira para não infeccionar”, disse.

Ainda conforme a proprietária do estabelecimento, depois do atendimento à cadela, a mulher perguntou sobre o procedimento cirúrgico, mas ao saber do valor, questionou sobre o CCZ. “Nós falamos que, se ela levasse a cachorrinha ao CCZ, ela seria sacrificada. Ela ainda perguntou se eles buscavam em casa, mas dissemos que, provavelmente, não. Ela disse que iria consultar o marido”, informou Joice, explicando que a clínica só não realizou os procedimentos necessários, pois não possui centro cirúrgico, por isso, também não tem autorização do Conselho de Medicina Veterinária para o procedimento. “Se tivéssemos centro cirúrgico, teríamos operado, independente do custo, não iríamos negar, mas não tinha condições suficientes”, explicou Joice, que afirmou que foi feita a indicação de locais onde o procedimento poderia ser realizado. “Não podemos passar por cima das leis, não podemos operar [a cachorrinha]. Também não podemos forçar nada. O animal é de responsabilidade do dono”, relatou Joice, afirmando que a dona não havia dito, em nenhum momento, sobre abandonar o animal.

“Orientamos ela a procurar os estabelecimentos que realizam o procedimento o mais rápido possível, pois a cachorra poderia morrer de infecção”, afirmou Joice.

CASO DELICADO

Apesar de atender, em média, 3 casos de atropelamentos por semana, a dona da clínica disse que o estado de Vitória era muito delicado. “Ela estava com metade da pele do corpo escalpelada e com duas patinhas esmagadas. Uma delas estava sem os dedinhos, provavelmente terá que amputar”, informou Joice.

INVESTIGAÇÃO

O caso está sob os cuidados das delegacias especializadas em repressão aos crimes ambientais (Decat) e de atendimento à infância e juventude (Deaij). Além de tentar localizar o motorista que atropelou o animal, a polícia busca esclarecer as circunstâncias do abandono do animal ferido.

A pena para o crime ambiental de maus-tratos varia de três meses a 1 ano.