De janeiro a dezembro de 2013, o Centro de Controle de Zoonoses, o CCZ, de Campo Grande, sacrificou 16.323 cachorros que estariam doentes, média de 44 bichos por dia, informou um relatório inédito, produzido pelo comando do órgão que monitora agravos e doenças transmitidas por animais.
A matança, proibida desde a semana passada por ordem judicial, teve como pretexto, naquele ano, 159 casos humanos de leishmaniose visceral, a terceira maior marca da doença de 2002 para cá.
A eutanásia animal em grande escala continuou no ano passado, segundo o documento do CCZ, ao qual o Correio do Estado teve acesso. Tais dados sempre foram negados ao jornal.
O estudo que sustentou esta reportagem foi apurado pelo CCZ e encaminhado à Câmara dos Vereadores em agosto do ano passado.
De janeiro a julho de 2014, foram sacrificados “8.536 cães, numa média de 1.210 por mês, com 94,6% (em torno de 8 mil) deles com leishmaniose”, diz trecho do levantamento do centro.
Ainda de acordo com o relatório do CCZ, os milhares de procedimentos de eutanásia só foram possíveis com autorização. “Com relação aos cães com de zoonoses, como leishmaniose, animais agressores, ou animais em fase terminal, estes somente são sacrificados caso seus proprietários solicitem formalmente a morte do animal”,
diz o CCZ.
A reportagem, de Celso Bejarano, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.