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saúde Encher o tanque do carro acima do limite aumenta chances de frentistas terem câncer Encher o tanque do carro acima do limite aumenta chances de frentistas terem câncer 13 JUL 2015 • POR EXTRA GLOBO • 03h00

Um estudo inédito desenvolvido pelo Departamento de Química do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/ PUC-Rio) em parceria com o Laboratório de Toxicologia (Latox) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) mostrou que frentistas apresentaram uma diminuição de leucócitos (células brancas), especialmente os neutrófilos, que são responsáveis pela defesa do organismo, alertando para o risco dos quase 550 mil frentistas de todo o país. As cientistas Adriana Gioda, do CTC/PUC-Rio e Solange Garcia, do LATOX/UFRGS, coletaram amostras do ar de postos do Rio de Janeiro e biológicas (sangue e urina) de frentistas de postos do Rio Grande do Sul para esta análise.

— Foi possível observar os danos aos sistemas hematológico e imunológicos. Temos milhares de frentistas no país, e a exposição diária pode resultar em anemia, baixa defesa do organismo e, futuramente, em câncer. Esse resultado é para chamar a atenção das autoridades — disse Adriana Gioda.

Ela acredita que os frentistas deveriam usar máscaras no dia a dia para diminuir os riscos, além de passarem por exames clínicos periódicos.

— Ainda falta conscientização porque, mesmo os frentistas alertando, as pessoas ainda pedem para encher o tanque até a boca — alerta.

Valmira participou de um estudo da Fiocruz, no período de 2010 a 2013, e teve amostras do sangue e de urina coletados. Ela não desenvolveu nenhuma doença, mas agora toma mais cuidados em sua rotina de trabalho. Como, atualmente, é gerente de um posto em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, ela orientar colegas e consumidores.

— Foi uma surpresa saber dos riscos e, desde que soube disso, passei a tomar cuidado e não deixo o produto cair na minha pele. Quando vou fazer análises da gasolina uso óculos — afirma Valmira. Outro cuidado que ela tomou foi o de não encostar as flanelas usadas no abastecimento na pele. Anteriormente, ela colocava a flanela que usava para auxiliar o abastecimento no ombro ou no bolso, por exemplo.