Tímido grupo de mães demonstrou apoio aos professores na manhã deste sábado (8), na Praça do Rádio, em Campo Grande. Os profissionais estão em greve há dois meses e lutam pelo reajuste salarial, mas até o momento não houve acordo com a prefeitura.
Um grupo de mães esteve no sindicado dos professores informando que protestaria contra o prefeito Gilmar Olarte, a favor dos professores e em defesa ao direito da educação dos filhos. Apesar do pouco movimento, eles marcaram encontro na Praça do Rádio, onde pais e professores estiveram presentes e conversaram sobre a greve e o que isso acarreta para a educação dos alunos.
A presidente da Associação de Pais e Mestres, da Escola Municipal Hércules Maymone, Mislene Aparecida Gonçalves de Oliveira, de 37 anos, demostrou apoio aos professores e defendeu a educação: “Eles estão deixando de atender o direito dos nossos filhos e estão indo contra o estatuto, que garante o direito a educação”.
Professores contaram a reportagem do Portal Correio do Estado, que ficaram decepcionados quando ouviram a proposta de Olarte, de reajuste do vale alimentação e não do salário.
A professora Antonia Pereira tem 26 anos de profissão e amor incondicional pelo que faz, mas está indignada com a proposta: “O prefeito quer trocar nosso salário por sacolão”.
Enquanto o acordo não acontece, os alunos ficam sem aula. “É um prejuízo irreparável para o aluno, que fica 2 meses sem conteúdo. Eles nunca terão conhecimento completo na reposição”, disse Mislene.
Os professores ainda reclamam da falta de estrutura de várias escolas. “Falta estrutura, as salas são quentes e lotadas, tem poucos monitores, falta merenda e material. Muitas vezes temos que levar as coisas de casa”, acrescentou Rosa Ferreira, 40 anos, há 10 é professora.
Para suprir a reposição do conteúdo perdido no tempo parado, os professores alertam para dificuldade de passar o conteúdo completo em pouco tempo. “Vamos dar o básico do conteúdo. Vai servir só para os alunos terem noção do assunto quando chegarem no próximo ano, já que além do conteúdo programado, temos o mesmo tempo para repor o material que ainda não foi passado”, explica Silvia Gaudioso, 41 anos, professora há 22 anos.
Meire Souza é tia de uma garota de 12 anos e conta que a sobrinha está triste por não ter aulas: “Ela gosta de estudar e ir à escola, está triste por não ter aulas. Temos que apoiar os professores, pelo bem dos nossos meninos”.