Alcides Bernal (PP), que retornou ao cargo de prefeito por liminar, pontuou que vereadores investigados pelo Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) são “problema da polícia”. Nove vereadores foram conduzidos a prestar depoimento, ontem, sobre suposto esquema de compra de votos para a cassação do progressista em março do ano passado. Escutas telefônicas da Operação Lama Asfáltica reabriram questionamentos.
“Quem cometeu crime vai pagar. Se foi flagrado e foi ouvido praticando maldades esse é um problema da polícia. Sou prefeito”, ressaltou Bernal, ao deixar desfile alusivo aos 116 anos de Campo Grande.
Em contrapartida, o prefeito por liminar assegura intenção de conversar com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e construir base sólida na Câmara Municipal por “coalização”.
Mesmo que tenha iniciado a solenidade, ele aguarda posse formal, prevista para às 12h30 de quinta-feira, para colocar os planos de gestão em prática e anunciar o novo secretariado. O prazo foi estabelecido pelo juiz de direito David de Oliveira Gomes, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que concedeu a liminar (provisória) para sua recondução ao cargo de prefeito.
COFFEE BREAK
Nove vereadores, um secretário, um ex-vereador e três empresários foram encaminhados, ontem, por medida coercitiva para prestar depoimentos sobre suposta compra de votos para a cassação do mandato de Bernal. A Operação Coffee Break afastou ainda do cargo de prefeito Gilmar Olarte (PP), além do presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB).
Na lista dos conduzidos para o Gaeco estavam o secretário Municipal de Saúde, Jamal Salem (PR), os vereadores Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista (PP), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), o ex-vereador Alceu Bueno (sem partido), além dos empresários João Amorim, João Baird e Fabio Portela.
Todos tiveram os celulares apreendidos para perícia, porém por contradições nos depoimentos o Ministério Público Estadual (MPE) também solicitou a quebra do sigilo bancário e fiscal do grupo. A justificativa seriam citações em escutas telefônicas do termo “cafezinho”, interpretado pela Polícia Federal como indicativo de propina na Operação Lama Asfáltica que desarticulou esquema de fraude em obras públicas no Estado.