Até a promulgação da Lei Complementar nº 31, que criou Mato Grosso do Sul em 11 de outubro de 1977, os bastidores da divisão foram cercados por conflitos de interesses, reuniões a portas fechadas e disputas políticas. Desde a indicação de um governante que nem sequer figurava entre os dez mais cotados até a entrega de dossiês contra a separação, o caminho rumo à assinatura do general Ernesto Geisel, presidente do Brasil àquela época, teve enredo turbulento.
Três anos antes, a ideia da divisão já amadurecia em Brasília (DF). Em 1974, a ditadura militar no País promovia a ocupação de “espaços vazios” em prol da segurança nacional que, combinada às inclinações separatistas dos generais Ernesto Geisel e Golbery de Couto e Silva - este último, então chefe da Casa Civil do governo vigente -, fizeram com que os ventos soprassem à favor da criação de Mato Grosso do Sul.
O então deputado federal mato-grossense, José Garcia Neto, recebeu a missão de pavimentar o caminho até a divisão. Ainda em 1974, foi escolhido por Ernesto Geisel para substituir José Fragelli no governo de Mato Grosso, porém, seu nome nem sequer figurava na lista de candidatos organizada pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de situação durante a ditadura.
*A reportagem, de Jones Mário, está na edição de hoje do Jornal Correio do Estado.