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ARTIGO Sônia Puxian: "Corei de vergonha! Nem acreditei no que ouvi" Jornalista 6 NOV 2015 • POR • 00h00

Escrever é uma forma de se expor. Cada qual coloca no papel o que vai no coração e na ideia, logo demonstra sua opinião, sentimento e modo de pensar. “Dize-me o que escreves e te direi quem és!”. Ops! Nasceu agora essa frase, num momento de inspiração. 

Escrever, para mim, é algo natural e quase sempre o texto nasce pronto, fruto de inspiração e espontaneidade, aí então é só deslizar a caneta sobre o papel como faço agora. Deixei de lado o que estava fazendo e obedeci ao meu pensamento que trouxe esse tema de uma maneira natural e rápida. Vamos lá!

Eu me recordo que no tempo de escola, (estudei no Colégio Assunção, um dos melhores de São Paulo, no bairro nobre dos Jardins) eu tive uma professora da Língua Portuguesa considerada a melhor e mais competente, pelo conhecimento e rigidez em sala de aula. Certa vez na entrega das provas a minha ficou por último e eu fiquei preocupada. Ao terminar a entrega ela comentou com a classe: “Essa eu deixei por último porque quero comentar. Essa prova é da Sônia”, e prosseguiu: “Quero apresentar como modelo de prova perfeita, a melhor nota da sala, sem erro de Português, conteúdo claro, respostas exatas e texto conciso”. 

Nossa! Corei de vergonha! Nem acreditei no que ouvi... Fiquei emocionada e fui pega de surpresa. Eu estava ansiosa pela nota porque a professora nunca tinha dado nota 10, era impossível isso acontecer, e até comigo foi assim. Ela levantou a minha prova para a sala e disse que foi a melhor, só descontou um décimo por conta de uma vírgula. E escreveu ao lado da nota: “Parabéns!”. Aquilo ficou gravado pra sempre na minha memória. 

Nem pude me conter de alegria porque eu nem sabia que sabia tanto... E no momento em que atravessei a sala para receber a prova, a sala toda falou:  “A Sônia é um gênio!”. Fiquei mais corada ainda. Todas queriam ver a minha prova. E assim foi! Senti-me muito reconhecida. Só pra esclarecer, a pergunta feita nessa prova teve que ser traduzida pela professora porque a maioria não entendeu a pergunta, inclusive eu.

E pra complementar, no tempo em que cursei Jornalismo, o professor mais conceituado do Curso virou-se pra mim e disse: “Você não precisa estudar, já sabe muito!”. E brincando respondi: “Eu vim ajudar vocês e testar vosso conhecimento...”. Sorrindo ele falou: “Tinha que ser Sônia Puxian!”. E rimos juntos... E não foram poucas as vezes que ouvi isso, sendo também dito por professores do curso de Direito, Publicidade. Curioso que eram sempre os professores mais rígidos e exigentes que reconheciam essa questão. E pra confessar quero dizer que a minha admiração também sempre foi pelos professores mais exigentes, porque eles sabiam mais, logo eu aprenderia mais também.

Mas olhando para esse tempo eu me dei conta que tinha o dom da escrita, era algo natural e posso até dizer espontâneo. E tem outro detalhe, sempre gostei muito de ler, então o conteúdo brota facilmente porque o conhecimento se expande.  

Tenho a impressão que estou falando muito de mim, talvez até me elogiando, mas não é nada disso, é apenas a vontade e o desejo de compartilhar com vocês, caros leitores, momentos que foram significativos em minha vida e marcaram presença. 

O leitor é a extensão desses momentos porque é em respeito a ele e à sua presença nessa página de jornal que eu me inspiro a escrever cada texto. Eu me sinto em uma sala de estar trocando palavras. Isso me faz feliz! Tenham a certeza de que toda  palavra é a expressão maior de um sentimento que segue à risca o desejo de ser o mais fiel possível a essa espontaneidade da escrita. 

É por meio dela que nos comunicamos mesmo sem estarmos próximos. Isso é muito bom. Só para registrar, dia desses caminhando pela rua, uma moça veio ao meu encontro e perguntou: “Você é jornalista?”. Curiosa, perguntei como sabia, e ela respondeu: “Leio todos seus artigos no Correio do Estado e gosto muito!”. Puxa, isso me alegrou. Gosto!    

Agradeço atenção, amo estar aqui.

Tenham ótimos dias, sejam felizessssssssssss...