Dois agressores de mulheres foram presos por dia em um ano de funcionamento da Casa da Mulher Brasileira, inaugurada no ano passado em Campo Grande. Os dados foram divulgados em solenidade, nesta quarta-feira (3), junto com a instalação de sala específica para a Polícia Militar, integração de sistemas de informática e lançamento de projeto de qualificação profissional.
No período, 11.070 mulheres vítimas de violência recorreram ao atendimento policial e psicossocial ofertado na unidade localizada no Jardim Imá. Ao todo 922 agressores foram detidos e 2.444 medidas protetivas concedidas pela Justiça, documento que determina distância do agressor com a vítima.
Há um mês, policiais militares reforçam o quadro de segurança e ganharam oficialmente hoje uma sala para auxiliar outras equipes na confecção de boletins de ocorrência. “Nosso objetivo é garantir a integridade das mulheres. Evitar que agressores circulem pelas dependências da casa e que isso gere desconforto às vítimas”,explicou o primeiro-tenente e coordenador das equipes, Fernando Neves.
Sistemas serão integrados, com uso do Sistema Íris, até março para agilizar e armazenar o histórico de atendimentos na delegacia e defensoria pública existentes na Casa da Mulher.
Há ainda o Programa Liberta Mulheres que assegura, a partir deste mês, qualificação profissional as mulheres atendidas com a concessão de salário mínimo, cesta básica e vale transporte por seis meses. O primeiro grupo de 50 mulheres foi selecionado por critérios como desemprego, existência de filhos pequenos e com medidas protetivas.
RANKING
No ranking dos atendimentos, ameaças lideram com 3,5 mil denúncias. Depois, estão 2,6 mil casos de injúrias. Por fim, foram feitos 407 registros por desobediência a medidas protetivas.
Na conta de suporte a vítimas de violências doméstica, entram 431 mulheres alojadas na casa, nos últimos 12 meses. Vale lembrar que são 10 vagas e a ocupação, que pode ser acompanhada de filhos, dura no máximo 72 horas. Depois do prazo, elas são encaminhadas para abrigos.
Na Casa da Mulher Brasileira, que foi instalada em fevereiro do ano passado na Rua Brasília, no Jardim Imá, além de atendimento policial, vítimas recebem amparo psicológico e jurídico. Denúncias podem ser realizadas pelos telefones 180, 190 e 199.