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Amambai

Empresa limita pagamento e indígenas bloqueiam agência bancária

Acordo entre empresa e MPF limitava 10 pagamentos por dia

11 MAR 2016 • POR Glaucea Vaccari • 18h10

Um grupo com cerca de 40 indígenas da etnia guarani-kaiowá bloqueou acesso de clientes a uma agência do Banco Brasil por não receberem pagamento pelos serviços prestados em Amambai, distante 342 km de Campo Grande.

De acordo com o site A Gazeta News, os indígenas são de várias aldeias do município e trabalharam por dois meses na colheita de maça no Rio Grande do Sul. Hoje, quando foram receber pelo serviço, foram surpreendidos pelo limite de pagamento imposto pelo banco, que era de apenas 10 trabalhadores por dia.

Segundo informações da Gazeta, o limite de dez pagamentos foi um acordo entre a empresa contratante do Rio Grande do Sul, Razip, e o Ministério Público Federal (MPF).

Lideranças disseram que devido a casos de extorsão quando o pagamento era feito em cheques, ficou acordado que o pagamento passaria a ser feito pelo Banco do Brasil por meio de ordem de pagamento.

Por conta da grande quantidade de pessoas para receber e a limitação em relação aos valores pagos, já que cada indígena recebe aproximadamente R$ 2,5 mil, o MPF e a empresa optaram por limitar o pagamento a 10 trabalhados por dia, tendo em vista que o pagamento de todos daria mais de R$ 120 mil, valor considerado elevado pelo porte da agência.

A informação teria sido repassada com antecedência aos indígenas. Porém, depois do pagamento dos dez primeiros e da informação de que o restante seria pago na próxima semana, o grupo que aguardava na fila iniciou manifesto e bloqueou a entrada da agência.

Equipes da Polícia Militar (PM) foram ao local para evitar tumulto. A Superintendência do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul informou que atenderia os indígenas que estavam na fila. Não há informações se todos foram atendidos.