Prefeitura propõe criação de unidades para proteção de áreas naturais em Bonito
Estudos preliminares foram feitos e próximo passo é ouvir a população
12 MAR 2016 • POR Glaucea Vaccari • 10h36A Prefeitura de Bonito – distante 300 km de Campo Grande – realizou estudos preliminares para a proteção de áreas naturais no município e propôs a criação de três unidades de conservação para proteção integral destas áreas, com objetivo de conservar espécies da fauna e flora local.
Os estudos foram feitos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) em conjunto com o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), com objetivo de buscar formas para garantir proteção das áreas naturais e dos mananciais hídricos, que influenciam na qualidade de vida da população e contribuem para a economia local.
Com o resultado do estudo preliminar, foi proposta a criação de três unidades de conservação municipais, sendo uma em área de cerrado e duas em áreas úmidas, conhecidas como banhados.
Na área de cerrado, no entorno do aeroporto e de domínio público, a ideia é construir um Parque Natural Municipal da Guavira, em área de 60,90 hectares.
A justificativa é que Bonito tem diversas áreas de cerrado que tem como espécie característica da vegetação a guavira. Porém, a cada ano as espécies estão se tornando menos abundantes e o objetivo é conscientizar sobre a necessidade de manutenção dos guavirais, importante na identidade cultural bonitense, além de ampliar o número de áreas protegidas da espécie.
As áreas úmidas incluem uma área no banhado do rio Formoso e outra no banhado do rio da Prata que, conforme o estudo, tiveram nos últimos 20 anos, boa parte da vegetação nativa do entorno desmatada, drenagem e assoreamento. Estes processos de degradação contribuem para alterações no volume e na qualidade da água.
Desta forma, a proposta é proteger os banhados pela categoria de manejo de refúgio de vida silvestre, na condição de proteção integral das áreas, para proteção de ambientes naturais que possibilitem a existência ou reprodução de espécies da flora e da fauna, já que espécies ameaçadas de extinção dependem da integridade destes locais, além de proteger os recursos hídricos.
Ainda segundo a prefeitura, a criação destas unidades de conservação é importante também para resguardar a a qualidade dos rios Formoso e Prata, onde se encontram grande parte dos atrativos turísticos da região.
Em ambas as propostas, as delimitações das áreas a serem protegidas estão localizadas em regiões que já possuem restrições de uso, para não prejudicar áreas produtivas.
Depois do estudo preliminar, o próximo passo antes da criação das unidades será a consulta pública, que consiste em reuniões públicas ou outras formas de ouvir a população local. Neste processo, será explicado todo o projeto e as implicações para os moradores da cidade, que poderá se manifestar e ajudar a construir o desenhos das unidades.