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MINHA CASA MINHA VIDA PF faz operação contra esquema que deu prejuízos de R$ 220 mi à Caixa Foram cumpridos 27 mandados de busca e 27 de sequestros de bens 28 ABR 2016 • POR FOLHAPRESS • 13h05

A Polícia Federal realizou uma operação na manhã de hoje (28) em Alagoas para combater um esquema fraudulento de compra de imóveis pelo programa Minha Casa, Minha Vida que gerou um desfalque de cerca de R$ 220 milhões à Caixa Econômica Federal.

Foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, 27 de sequestros de bens e valores, além da inquirição de 40 suspeitos. Foram conduzidos para prestar depoimentos cinco funcionários do banco, 11 empresários e contadores que teriam envolvimento com o golpe. Ninguém foi preso.

Donos de empreiteiras que construíam unidades do Minha Casa, Minha Vida no município de Teotônio Vilela (AL) ofereciam de R$ 1 mil a R$ 3 mil para quem comprasse suas casas, utilizando benefícios concedidos pelo programa do governo federal, como preços menores, longos prazos de quitação e juros baixos.

A investigação apontou indícios de participação de funcionários da Caixa, uma vez que parte dos compradores conseguiu financiamentos imobiliários do banco mesmo não apresentando renda suficiente para obtê-los.

De acordo com a PF, um grupo de contadores, a pedido dos donos das construtoras, teriam produzido declarações de Imposto de Renda falsas. Com elas, os futuros mutuários burlavam as exigências do banco e tinham acesso aos financiamentos.

"Um conjunto residencial inteiro, em Teotônio Vilela, foi depredado pelos compradores, em razão de os construtores não terem entregue o dinheiro prometido para a aquisição dos imóveis", diz a PF em comunicado oficial.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de quadrilha, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção ativa, corrupção passiva e estelionato qualificado. A ação desta manhã foi batizada pela PF de Operação Cabala.

OUTRO LADO

A Caixa Econômica informou que a operação teve origem a partir de uma notícia-crime enviada à PF pela próprio banco, que, por meio de mecanismos de controle interno, identificou os indícios da fraude.

Diz ainda que os funcionários suspeitos estão sendo alvo de uma apuração interna e que alguns deles já foram demitidos ou suspensos.