Foi preso no início da tarde de hoje o quinto produtor rural acusado de envolvimento no confronto que terminou com a morte de Clodiode Aquileu Rodrigues, em Caarapó, em junho deste ano. Os outros quatro foram detidos na quinta-feira, 18, em operação da Polícia Federal.
Autor da ação contra os fazendeiros, o Ministério Público Federal (MPF) divulgou, hoje, que 11 armas e 310 cartuchos foram apreendidos com os produtores. Conforme o órgão, além das armas e dos cartuchos, carregadores de pistola também foram apreendidos.
Entre as armas estão dois revólveres, um rifle calibre .38, uma pistola calibre. 380 e sete espingardas de diversos calibres. A maioria dos cartuchos é de calibres .22, .380 e .38. Outras armas que estão registradas em nome dos fazendeiros não foram achadas pelos policiais.
Perícia feita no local do ataque aos índios encontrou projéteis compatíveis com os apreendidos na quinta-feira.
O CONFRONTO
No dia 12 de junho, índios da comunidade Tey Kuê, da etnia Guarani-Kaiowá, ocuparam a Fazenda Yvu. No dia seguinte, agentes da Polícia Federal foram notificados da ocupação por fazendeiros que os levaram até o local.
Os policiais não encontraram reféns e foram informados pelos indígenas de que o proprietário poderia, em 24h, retirar o gado e seus pertences do local. Sem mandado de reintegração de posse, os PFs retornaram a Dourados.
Os proprietários rurais que foram presos hoje e mais 200 ou 300 pessoas ainda não identificadas, munidas de armas de fogo e rojões, se organizaram para expulsar os índios do local em 14 de junho. De acordo com testemunhas, foram mais de 40 caminhonetes que cercaram os índios, com auxílio de uma pá carregadeira, e começaram a disparar em direção à comunidade.
De um grupo de 40 a 50 índios, oito ficaram feridos e Clodiode morreu. Dos indígenas feridos, um deles continua internado.
A audiência ocorrerá no prédio da Justiça Federal em Dourados. Os outros dois presos pela Polícia Federal, Nelson Buainain Filho e Dionei Guedes também passarão pela audiência.