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Opinião Sônia Puxian: Tá com ciúme meu bem? Deixa pra lá Sônia Puxian é Jornalista 18 SET 2016 • POR • 02h00

Na relação a dois o ciúme sempre está presente, muitas vezes de forma exagerada. “Querida, que roupa é essa que você está vestindo? É pra mim ou para os outros? ”. “Pra que perfume, tem que passar só pra mim”. E por aí vai. Os motivos que geram o ciúme são variados e corriqueiros. Quem não conhece o famoso “Quem te cumprimentou, você conhece? ”. Ugh! Perigo à vista.

Na relação sadia entre o casal o ciúme é protagonista de muitas situações, mas nem sempre precisa ser exagerado. É claro que ele tempera a relação e demonstra que existe amor entre ambos, mas se for exagerado pode romper em definitivo a harmonia do casal e terminar a relação.  

“Querida eu te amo, mas não quero te ver saindo sozinha ou usando roupas curtinhas”; “Deixa eu ver seu celular, suas mensagens”; “Quem está te ligando, deixa eu atender”; “Vai arrumar de novo o cabelo no salão? ”; e assim por diante. Por outro lado, a mesma coisa acontece com a namorada: “Você tem outra? ”; “Quem está te ligando tanto”; “Deixa eu ver seus contatos”; “Por que não saímos ontem, aonde você foi? ”. Ops!

Não faltam motivos para desconfiança, mas também não faltam motivos para exagerar, e olha que o repertório é extenso.

Agora fica no ar uma pergunta: Quem ama precisa desconfiar tanto? É claro que um pouco de ciúme é normal, até tempera a relação, mas quando toma proporção exagerada já é caso de uma análise mais apurada, afinal ter tanta desconfiança é sinal de insegurança pessoal.

Muitas vezes um dos dois tem carência afetiva muito grande e quer descontar tudo de uma vez da outra pessoa, que tem que preencher os seus “vazios”. Outras vezes a insegurança pessoal é tamanha, que se fixa na cobrança desmedida do parceiro chegando a sufocar.

Será que essa marcação procede? Tudo que é exagerado causa mal-estar e com o tempo vai cansando, afinal o amor entre os dois tem que ser prioridade e não permitir que as frustrações pessoais ocupem o lugar de destaque. Para isso é necessária uma análise apurada de ambos para ver até onde o que está atrapalhando a relação é verdade ou mentira.  

A verdade é uma das atribuições mais importantes numa relação a dois, pois ela traz confiança e elimina dúvidas. Que tal encontrar um companheiro ou companheira que te completem nas ideias, no amor, nas escolhas, nos restaurantes, filmes...  Parece mentira, mas muito desses desconfortos acontecem na hora de escolher um filme ou restaurante. E aí, lá vem bronca!

E na hora de pagar a conta quem vai tomar a iniciativa? São detalhes como esse e tantos outros que devem ser avaliados na hora da escolha do novo par. E para ficar a par do que vai acontecer é importante sair algumas vezes com a pessoa antes de iniciar o namoro, afinal, vai que não dá certo nas opiniões e modo de proceder.

Pois é! Que trabalho difícil! As coisas mudaram muito. No tempo dos nossos avós a situação era outra, geralmente os casamentos eram encomendados, escolhiam o par entre os conhecidos e aconselhavam a se casar. E olha que dava certo e a união era duradoura. Não raro as comadres diziam: “Meu filho pode se casar com sua filha”. Tem se a impressão que os velhos tinham um faro especial e uniam as pessoas certas. Separação? Nem pensar, não existia essa possibilidade.

Estou falando de muito tempo atrás, coisa de mais de 50 anos. Quantos de vocês tem avós que se separaram? Os meus viveram o amor eterno! E olha que enfrentaram muitas dificuldades, na época o mundo vivia em guerra, situação incerta, luta para sobreviver, mesmo assim se casavam e davam conta do recado. Tinham muitos filhos, educavam e venciam os obstáculos com sabedoria e serenidade.

Sabedoria? Serenidade? Aonde está o significado dessas palavras hoje? É só uma pergunta, a resposta você pode encontrar dentro de você mesmo. Agora uma coisa é certa: “Tá com ciúme meu bem? Se for exagerado, deixa pra lá! ”.