O pagamento do 13º salário do funcionalismo da prefeitura de Campo Grande não foi realidade nesta quinta-feira para pelo menos 1 mil trabalhadores. A administração municipal informou que o abono não foi depositado ontem (21) para parte dos servidores em razão de bloqueio de contas da prefeitura deferido pela Justiça depois de pedido do Hospital de Câncer Alfredo Abrão.
Ontem a prefeitura informou que depositaria o 13º integral para cerca de 7 mil servidores que recebem até R$ 2 mil. A maioria, 10 mil trabalhadores, que têm salários superior a esse valor receberiam R$ 1,5 mil e não há previsão de quando o restante será pago.
Determinação judicial, no entanto, bloqueou, segundo a prefeitura, R$ 5,7 milhões das contas. O valor solicitado pelo Hospital da Câncer para bloqueio era de R$ 1,8 milhão, mas em razão da prefeitura ter várias contas distintas, acabaram sendo bloqueados R$ 1,8 milhão de cinco contas diferentes.
Com o bloqueio, cerca de 1 mil trabalhadores ficaram sem o 13º. Levantamento de quantos foram impactados com a situação ainda é feito e a prefeitura afirma que trabalha para resolver o problema.
PEDIDO
O presidente do Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA), Carlos Coimbra, impetrou anteontem no Tribunal de justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) ação com pedido de bloqueio de R$ 1,8 milhão dos cofres da Prefeitura de Campo Grande. O valor corresponde ao montante não repassado pelo município desde setembro deste ano. A expectativa de Coimbra é que a decisão seja proferida hoje. Para não fechar o ano no vermelho, o HCAA recorreu a empréstimo de R$ 1,7 milhão.
“Estamos sem receber do município desde setembro. São R$ 350 mil por mês, que somados com o valor de dezembro, totalizam R$ 1,4 milhão”, detalhou Coimbra. Além disso, há atrasos no pagamento de prestação de serviço de cirurgia ortopédica. “No total, são R$ 1,8 milhão que a prefeitura não repassou ao hospital”, resumiu.
O HCAA realiza, em média, 16 mil procedimentos por mês e tem orçamento mensal de R$ 2,1 milhão. Parte desse dinheiro resulta de transferências das três esferas de governo. “O Estado repassa R$ 900 mil para custeio e recebemos do governo federal, valor médio líquido, de R$ 1,3 milhão, referente à tabela SUS”, informou Coimbra. “Também houve repasse do governo estadual de R$ 10 milhões para conclusão da obra no hospital”,
acrescentou.