O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu a liberação da venda de terras brasileiras a produtores agrícolas e companhias estrangeiras. Para ele, a medida poderia aumentar a oferta de crédito aos agricultores nacionais.
Segundo o ministro, o financiamento externo poderia ser uma alternativa aos efeitos que a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto dos gastos públicos causou ao setor. A mudança interrompeu o aumento dos gastos do governo federal por 20 anos.
Blairo Maggi fez uma palestra nesta quarta (31) a investidores estrangeiros que participam do Fórum Brasil Investimentos 2017, em São Paulo. As delações dos donos da JBS, maior processadora de proteína animal do mundo, não entraram na pauta das discussões.
"É uma opção [venda de terras a estrangeiros e vinda de crédito externa] porque é negócio direto, privado com privado. Banco com produtor não passa pelo sistema. A única coisa que está dentro do teto dos gastos é o custeio agrícola e a compra de máquinas e equipamentos, que tem subsídio", disse ele.
De acordo com o ministro, a única observação do governo brasileiro quanto à venda de terras a estrangeiros é o limite na quantidade. Isso porque, em caso de desvalorização de alguma cultura, como milho ou soja (commodities internacionais), os produtores estrangeiros poderiam deixar de plantar, o que afetaria a economia brasileira.
Perguntado, Maggi afirmou que a crise política não gerou nenhum efeito negativo na agricultura. "A mensagem é que tudo está sendo resolvido dentro da normalidade", afirmou, ao citar o julgamento previsto para ser iniciado no dia 6 de junho no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que pode cassar a chapa que elegeu Dilma Rousseff e o atual presidente Michel Temer.