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CONTROLE DE FREQUÊNCIA Com custo de R$ 780 mil, ponto eletrônico não tem prazo para ser instalado em postos MPE constatou fraude no controle de frequência de médicos 31 MAI 2017 • POR GLAUCEA VACCARI • 19h00

Controle de frequência e pontualidade dos médicos nas unidades de saúde de Campo Grande deve continuar a ser feito por folha de ponto. Secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, informou, durante prestação de contas  na tarde de hoje, que serão necessários R$ 780 mil para implantação do ponto eletrônico e que recursos não estão disponíveis.

Na última semana, Ministério Público Estadual entrou com ação civil pública contra a Prefeitura, pedindo que Município seja condenado a instalar o controle eletrônico biométrico de frequência e pontualidade para todos os serviços públicos que trabalhem nas unidades de saúde municipais.

Pedido foi feito pela promotora de justiça Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, titular da 32ª Promotoria de Justiça e Saúde Pública, que considerou ineficiente o atual controle de frequência por folha de ponto, onde o próprio médico assina seus horários de entrada e saída.

Secretário disse ao Portal Correio do Estado que para a instalação dos controles de ponto eletrônico serão necessários R$ 780 mil e que não há o montante disponível, no entanto, não detalhou se será tomada alguma medida para resolver o problema e para evitar novas fraudes no ponto.

DEFICIT

Prestação de contas, prevista em lei, foi convocada pela Comissão Permanente de Finanças e Orçamento e pela Comissão de Saúde da Câmera Municipal de Campo Grande.

Na prestação de contas, secretário de Saúde citou dificuldades que encontrou ao assumir a pasta e disse que problemas e deficits devem ser resolvidos a partir do segundo semestre.

Conforme Vilela, medidas estão sendo adotadas para reduzir as despesas de secretária.

“Havia um clima de perseguição dentro da Secretaria. Tinha um jeito de tratar o servidor que, infelizmente, tivemos que mexer. Tinha um sistema de plantão que está passando por auditoria, pegamos a secretaria com 13 ações civis públicas, farmácias sem remédio. Você não organiza isso em dois ou três meses.Já esperávamos que em seis meses seria só furacão. As coisas vão acontecer a medida que o tempo passe”, disse o secretário.

MELHORIAS

Além da prestação de contas, vereadores e presidentes do Conselho de Saúde cobraram melhorias na área de saúde.

Ariovaldo Ribeiro de Oliveira, do Conselho de Saúde do Jardim Botafogo, protocolou várias denúncias de pacientes, principalmente por falta de médicos e mau atendimento.

Secretário afirmou que realmente há dificuldades de médicos nas unidades de saúde e que as dificuldades devem “ser vistas com o sindicato”, porque seriam principalmente relativas a salários.  Reajuste salarial da categoria está em negociação entre o Sindicato dos Médicos (Sinmed) e a Prefeitura.

Quanto as demais reclamações, como demora para atendimento, secretário afirmou que objetivo da Sesau é investir na atenção básica e que é “preciso mudar uma cultura”.

“As UPAs e CRSs tem sistema de classificação de risco por cor, onde a pessoa que não precisa de atendimento de urgência e emergência é azul ou verde. Se não precisa de atendimento de urgência, é atenção básica. Se a pessoa precisa esperar quatro horas, é porque a atenção básica não está funcionando e o plano é fazer funcionar”, disse.