O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre de 2017 pode ser colocado integralmente na conta da forte expansão das exportações líquidas brasileiras, segundo os economistas do Haitong.
Sob a ótica da demanda da economia, as exportações subiram 4,8% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior, enquanto o setor agropecuário, sob a ótica da oferta, subiu 13%.
Nas contas de Flavio Serrano e Jankiel Santos, as exportações líquidas contribuíram com uma alta de 1,5% da alta total de 1% registrada por toda a economia nos primeiros três meses do ano.
Isto significa dizer, segundo os economistas, que a contribuição do mercado interno -os dados de consumo, investimento e gastos do governo- teria sido negativa em 0,5% para o desempenho total. Os números levam em conta a participação de cada um dos setores na economia brasileira.
Os economistas dizem ainda que veem como pouco provável que o desempenho excepcionalmente robusto das exportações líquidas se mantenha no mesmo patamar ao longo do ano, de forma a compensar a contribuição ainda negativa do ambiente doméstico.
Para os economistas, a análise dos números reforça a percepção de que o ambiente ainda é negativo para o país. E que a recuperação da economia aparenta ter uma natureza bastante gradual e frágil, e mesmo a trajetória lenta de retomada corre riscos de não se materializar.