Com o recorde de 9,58 segundos na prova de 100 metros rasos, Usain Bolt é capaz de percorrer mais de 620 m de distância em apenas um minuto. É impressionante, mas os aplausos da estrela jamaicana do atletismo não chegam aos pés da emoção de quem assistiu a corrida de apenas 35 metros da pequena Cecília de Souza, de 3 anos.
Cecília mora em Itatiba (SP) e anda com a ajuda de muletas. Sem tirar o sorriso do rosto, ela completou uma prova de corrida infantil e emocionou não só quem estava no local, mas diversos internautas. Um vídeo gravado pelo pai está fazendo sucesso nas redes sociais e conta com mais de 200 compartilhamentos
Ela falou uma frase no final da corrida que realmente fez sentido para a gente porque nosso objetivo sempre foi ela se divertir. Não esperávamos que ela terminasse a prova, mas ela completou sorrindo e, no final, ela falou: 'Vamos de novo? 'Então isso mostrou que a gente acertou no objetivo, que era a diversão", diz o pai da menina, Rogério Prudenciano de Souza.
Cecília nasceu prematura e com uma infecção que se espalhou pelo corpo logo nos primeiros dias de vida. Como consequência de uma paralisia cerebral leve, a parte motora da criança ficou afetada e hoje ela anda com a ajuda das muletas, carinhosamente apelidadas de Lili e Lelé. Ela usa uma órtese nos pés. A mão é um pouco lesionada, mas é quase imperceptível. Ela também tem um aparelho de surdez para compensar uma leve perda auditiva e algumas frequências de som", conta o pai.
Apesar das limitações, a menina gosta de brincar, ler histórias em quadrinhos, passear pela casa e na rua. Ela foi convidada para participar da "Corrida de Fraldinha", uma prova onde a criançada tinha que correr 35 metros. O objetivo era promover a prática esportiva.
Além dos amigos, a família da Cecília também estava presente. Durante a prova, que durou cerca de um minuto, a mãe acompanhou e bateu palmas para motivá-la.
"Ficava pensando assim 'se ela não conseguir concluir, já valeu a pena'. Ela só deu uma baqueada na hora que viu os pais, os avós, as tias e as primas na torcida. Então ela até deu uma curvadinha para ver, eu falei 'não, segue adiante'. Mas ela concluiu", lembra a mãe da menina.
Os companheiros de prova da Cecília foram os colegas da escola, mas até mesmo quem já estava acostumado com tanta fofura, não resistiu na hora em que viu o vídeo.
"Assisti o vídeo e chorei como todo mundo. E cada vez que eu assisto, eu choro. É muito emocionante, muito emocionante", diz a dona da escola, Maria Regina Fascina.