Poucos dias após o início do ramadã, o atentado a Londres pode ter inaugurado mais uma dura temporada.
Este mês, sagrado aos muçulmanos, é utilizado por organizações terroristas para incentivar mais ataques. Existe uma teoria, segundo essa interpretação radical do islã, de que as recompensas religiosas são ainda mais fartas a quem luta nestes dias.
Essa ideia -sem o apoio da imensa maioria dos muçulmanos- tem sido reforçadas durante os últimos anos por organizações terroristas como o Estado Islâmico e a Al Qaeda, com pedidos específicos de seus líderes para que militantes aproveitem o período sagrado para agir.
O ex-porta-voz do Estado Islâmico, Abu Mohammed al-Adnani, instruiu expressamente no ano passado que seus membros atacassem durante o mês sagrado, marcando dias especialmente violentos tanto no Oriente Médio quanto nos EUA e na Europa. Adnani foi mais tarde morto por um ataque da coalizão internacional.
Foi no ramadã de 2016, por exemplo, que um atirador matou 49 pessoas em uma boate gay de Orlando. Foi também o período de um ataque ao aeroporto internacional de Istambul, com 45 mortos. Foram registradas 421 mortes naquele mês.
REVELAÇÃO
O ramadã começou neste ano no dia 26 de maio, inaugurando um período de jejum e reflexão entre muçulmanos. O mês não coincide com o calendário gregoriano -utilizado em países como o Brasil- e se encerra no dia 24.
Essas celebrações marcam a revelação do Alcorão, livro sagrado do islã, ao profeta Maomé durante o século 7. O ritual lembra os fiéis das agruras vividas por outras pessoas e tem como um de seus objetivos aproximar os membros da comunidade uns dos outros.
O momento mais importante do mês é o jejum, considerado um dos cinco pilares do islã. Muçulmanos praticantes não comem entre o nascer e o pôr do Sol.