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LEI HARFOUCHE Tramitação do projeto saiu do controle de deputados no Legislativo Oposição não conseguiu boa performance e parlamentar se exaltou 4 JUN 2017 • POR Izabela Jornada • 18h30

Petistas fazendo oposição a todo custo tiveram o “tiro saindo pela culatra” ao polemizarem projeto de lei que visa dar autonomia a diretores e professores de escolas estaduais. Isso porque o deputado estadual Pedro Kemp (PT), sempre em parceria com sua bancada, tem o costume de ir contra quase todos os projetos apresentados na Assembleia Legislativa.

“Oposição sempre fazendo oposição. É o papel deles”, disse anteriormente o deputado estadual e líder do Governo, Rinaldo Modesto (PSDB). Porém, ao se manifestar em plenário, como é de costume, Kemp não esperava que discussão chegasse a proporção que chegou. “Não tem o porquê fazer essa contestação toda. O projeto já foi aprovado pela maioria da Casa”, disse o deputado estadual Lídio Lopes (PEN). 

A polêmica foi mais fomentada depois que o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche, em suas  palestras, costumava denunciar o nome do parlamentar que estava contrário a Lei Harfouche.

“Ele faz todos os presentes me vaiarem. Vocês iam gostar de ser vaiado por mais de 20 mil pessoas?”, perguntou Kemp durante discurso em plenário, na última quarta-feira (31), dia da apreciação da segunda votação do projeto.

Ao ver sua carreira política sendo prejudicada por receber muitas vaias, durante palestras de procurador com relevante representação popular, Kemp teve de se defender e contra atacar seu rival. “Ele é bispo! Bispo! E se tivesse alguém que não comungasse da fé dele, ele não poderia fazer a oração”, rebateu Kemp em relação ao pedido que Harfouche faz aos presentes para proferir oração durante suas palestras. 

Com as tratativas fora de controle, o petista ficou mais exaltado ainda na última quarta-feira (31). Discursando em tribuna, Kemp criticou o deputado estadual Coronel David (PSC) por ter mudado de ‘lado’. “Ontem o senhor tinha confirmado que estava contra a Lei Harfouche, deputado!”, cobrou Kemp. Mas David pediu a vez para se manifestar e disse “deputado eu nem aqui em plenário estava ontem”. 

Contudo, convidados do procurador, que estavam durante a sessão de votação, começaram a vaiar Kemp. “Cristofóbico!”, gritou delegada da polícia que não foi identificada. 

Kemp aceitou as provocações e chamou a delegada para estar ‘face-a-face’ com ele. “Sai daí e vem aqui agora, por favor”. A delegada, por sua vez, se levantou e estava revidando o parlamentar, mas populares a impediram. Porém o petista não se deu por satisfeito e foi até a ofensora. 

A segurança da Casa de Leis precisou ser reforçada, pois populares se agrediam verbalmente. “Como a senhora se diz cristã chamando ele de cristofóbico?”, indagou uma professora que é a favor da Lei Harfouche e que também acompanhava a votação. Outro popular disse, "cuidado porque ela é delegada e pode te dar voz de prisão".

Depois de fomentada a discussão, parlamentares retiraram Kemp do plenário e o levaram para sala de reunião da Casa. 

Após alguns minutos, o petista voltou e pediu desculpas. “Me exaltei, desculpas!”.

Com a diminuição de alguns convidados presentes em plenário, Kemp saiu da tribuna e foi até o procurador. Ambos se cumprimentaram. 

Porém, mesmo com o aparente relacionamento amigável entre o petista e Harfouche, Kemp não retrocedeu. “Vou pedir pra tirarem esse projeto da Casa e vou fazer outro projeto para substituir esse”, ameaçou.

O autor da matéria, Lídio, disse que não tem necessidade do parlamentar agir dessa maneira. “Se ele fizer isso vai colocar em dúvida a seriedade da CCJ”, finalizou.