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audiência Maior assentamento de MS discute efeito do agrotóxico na produção No Nova Itamarati, técnicos da Agraer e integrantes do MPF abordam tema 8 JUN 2017 • POR RODOLFO CÉSAR • 17h18

Produtores de um dos maiores assentamentos do país, o Nova Itamarati, que hoje já é distrito de Ponta Porã, discutem os efeitos do uso de agrotóxicos nas propriedades locais. 

Com 25 mil hectares e uma população aproximada de 13,7 mil pessoas, os moradores do assentamento analisam os impactos no meio ambiente e como os produtos químicos podem causar danos à saúde do ser humano.

No assentamento há criação de gado, ovelhas, produção de leite, plantação de frutas e verduras como acerola, laranja, mandioca, feijão, milho e amendoim. São cerca de 60 áreas coletivas em um total de 120 hectares.

Audiência pública para analisar o uso dos agrotóxicos começou na tarde de hoje no Salão Paroquial do Distrito. "A audiência pública será uma oportunidade para discutirmos com a comunidade e os técnicos temas de grande importância, uma vez que o desenvolvimento do nosso município, em especial nas áreas rurais, passa pelo respeito ao meio ambiente", disse o presidente da Câmara de Ponta Porã, Otaviano Cardoso.

A Casa de Leis foi quem organizou o evento junto com a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). Representantes do Ministério Público Federal e da Defensoria do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul também participam do encontro para tratar de questões jurídicas e o que já houve de judicialização com relação ao uso de agrotóxicos.

A Câmara Municipal deve elaborar encaminhamentos para outras autoridades depois de encerrada as discussões.

CIDADES JÁ IMPACTADAS

Em 2015, estudo mostrou que as populações de Dourados, Chapadão do Sul, Maracaju, Bandeirantes e São Gabriel do Oeste são as que mais sofrem com agrotóxicos no Estado. 

A pesquisa Os Impactos dos Agrotóxicos na Sociedade Saúde, Trabalho e Meio Ambiente foi apresentada durante seminário na Assembleia Legislativa.

“Dourados é grande produtor de algodão com 24 a 30 litros de agrotóxicos por hectare isso está mergulhado dentro da plantação. Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste, Bandeirantes e Maracaju também estão mergulhados. Todos os córregos e todas as nascentes (dessas localidades) vão levar a água que para o Pantanal”, apontou o pesquisador Doutor Wanderlei Antonio Pignati, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), na época.

Laboratório está sendo construído em Dourados para monitorar a quantidade de agrotóxico em três bacias hidrográficas (Ivinhema, Dourados e Amambai). Essas regiões têm plantações de soja, milho e cana-de-açúcar.