Horas depois de conseguir a absolvição no julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o presidente Michel Temer afirmou no início da madrugada deste sábado (10) que vai continuar "pacificando" o país e negou que tenha mandado a Abin investigar o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.
Edição deste fim de semana da revista "Veja" afirma que a Agência Brasileira de Inteligência foi usada para tentar encontrar elos entre o ministro, que é relator da Lava Jato, e o empresário Joesley Batista, da JBS.
"Eu quero desmentir aquela coisa barbara, aquilo jamais foi pensado por mim, vamos manter a serenidade absoluta e a tranquilidade, vamos continuar pacificando o país", disse Temer em rápida entrevista após participar do jantar de aniversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O Palácio do Planalto também divulgou nota na qual afirma que Temer jamais acionou a Abin. "O governo não usa a máquina pública contra os cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite aos estritos ditames da lei. O ministro Edson Fachin não se pronunciou sobre o conteúdo da reportagem da revista.
A Abin é órgão que cumpre suas funções seguindo os princípios do Estado de Direito, sem instrumentalização e nos limites da lei que regem seus serviços. Reitera-se que não há, nem houve, em momento algum a intenção do governo de combater a operação Lava Jato", diz o texto.
Na saída da festa, Temer foi questionado sobre o resultado do julgamento do TSE, mas somente fez um sinal de "joia" com as duas mãos.
O presidente estava acompanhado da primeira-dama, Marcela, e ficou pouco mais de uma hora no evento, que foi realizado na casa do deputado federal Alexandre Baldy (Podemos-GO), no Lago Sul, região nobre de Brasília.
Maia é um dos principais aliados de Temer. Do lado de fora da casa era possível ouvir o som da música tocada. O "parabéns" ao deputado, que completa 47 anos na segunda-feira (12), foi entoado à 0h35 deste sábado.