A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (13) a operação Ignatus, para investigar o braço brasileiro que levou à prisão do espanhol Ignacio González.
De 2012 a 2015, González, que é do PP -mesmo partido do premiê espanhol, Mariano Rajoy- foi presidente da Comunidade de Madri, cargo semelhante ao de um governador de Estado no Brasil.
Dois ex-controladores da empresa brasileira Emissão Engenharia e Construções foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento.
Quarenta agentes da PF cumprem também nove mandados de busca e apreensão no Rio e em Minas Gerais, autorizados pela 9ª Vara Federal Criminal do Rio.
"Foi apurado que o político teria utilizado recursos públicos para fins particulares, através de concessão de obras públicas a empresas que participariam do esquema, com prejuízos aos cofres de Madri estimados em € 21 milhões. Além disso, um grupo empresarial espanhol, com predominância de capital público e que tem por atividade a exploração do ciclo completo da água, adquiriu uma empresa brasileira com preço superfaturado", afirma nota da PF.
As suspeitas contra González surgiram após auditorias feitas por sua sucessora, Cristina Cifuentes, na Canal de Isabel II, empresa pública de águas de Madri.
A investigação detectou suspeitas de uma compra superfaturada da Emissão, realizada em novembro de 2013. A companhia foi adquirida por € 21 milhões, mas um ano depois, de acordo com a auditoria, seu valor contábil era de € 5 milhões.
"A investigação em curso no juízo de instrução de Madri aponta para a existência de uma organização criminosa encabeçada pelo ex-presidente da Comunidade Autônoma de Madri", diz a nota da PF.