A administração da Santa Casa de Campo Grande apresentou duas propostas a longo prazo para evitar o atraso recorrente de salários dos médios. As alternativas foram repassadas em audiência pública com representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Secretaria Estadual de Saúde (Ses) e Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), na tarde desta terça-feira. Propostas serão apreciadas em assembleia, na quarta-feira.
Desde a manhã de hoje, cerca de 250 médicos contratados pela Santa Casa sob regime de CLT e 400 médicos autônomos entraram em greve devido ao atraso de pagamento. Ontem, diante da ameaça de paralisação, o procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes convocou audiência para debater solução para o impasse.
O superintendente da Santa Casa, Augusto Ishy, apresentou duas alternativas para regularizar os pagamentos. A primeira seria de caráter temporário, duraria de seis a oito meses, e se trata da transferência do dia de pagamento dos celestistas do quinto dia útil para o dia 20 de cada mês, quando o fluxo de caixa é maior.
“Este seria um tempo razoável para equilibrarmos as contas”, explicou. O gasto com médicos pagos via CLT representa quase 50% das despesas do hospital, sendo R$ 14.564.326.
A outra alternativa seria a transferência da maior parte dos repasses para o início do mês. Atualmente, o maior fluxo de caixa ocorre entre os dias 15 e 20 de cada mês e representar R$ 17,7 milhões.
Para os atrasos imediatos, a Santa Casa propõe o pagamento dos celetistas e prestadores de serviço de plano de saúde até o dia 26 deste mês, os médicos autônomos até o dia 30 e as horas extras seria parceladas em seis meses.
São R$ 7.620.588,54 em repasses atrasados. Deste total, R$ 1,980.588,54 são da União, R$ 2.570.000 do estado, referente ao mês de abril, R$ 2,570.000 de maio, e R$ 500.000 referentes a contratualização de novembro do ano passado.