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OPINIÃO Fabiane Esperança Rocha: "Medo do diferente!" Psicóloga e psicoterapeuta 15 JUN 2017 • POR • 01h00

Estou cada vez mais convencida de que, quanto mais vejo cenas de atitudes preconceituosas contra as pessoas com deficiência, o preconceito deveria ser considerado um crime, assim como é com o racismo. Ou seja, a pessoa deveria ser punida com “uma senhora de uma multa”, que a faria pensar bem antes de vir com outra atitude preconceituosa, ou mesmo até ir preso.

As pessoas ainda não se conscientizaram da violência que praticam quando têm uma reação de preconceito com uma pessoa com deficiência. Não têm noção da dor que causam à alma dessas pessoas, se tivessem a capacidade e também a empatia de se colocar no lugar do outro, com certeza, entenderiam. Mas que medo é este do diferente?! A deficiência não é uma doença contagiosa que se pega no ar, estas pessoas não têm culpa e não pediram para nascer com a deficiência. Seus pais não têm culpa e que, de maneira indireta, também são agredidos quando seus filhos são vítimas de preconceito, pois é uma condição, seja ela adquirida, um acidente genético ou congênita.

Há pessoas que, sem querer generalizar, olham para as pessoas com deficiência como se fossem um “bicho” ou um alienígena, concluindo que já não são dignos de respeito, mas sim de caridade e de pena, e que não podem frequentar um restaurante, um supermercado, lojas e parques que já são ignorados e olhados discriminadamente. Nas ideias destas pessoas, deveriam estar em casa e trancados, sem chance de crescimento pessoal e independência. Fico revoltada com pessoas que se acham perfeitas, que não têm respeito e consideração, como empresários e equipes de RH. Como será que se sentiriam se estivessem na mesma situação? Vistos e comparados com um simples ETs?

Estamos no século XXI e ganhamos a pseudoliberdade (falsa liberdade) de nos expor e lutar por nosso espaço. Digo pseudo porque ainda não é uma liberdade bem-vista pelas pessoas ditas “normais”. Se uma pessoa com deficiência consegue ir para escola, trabalhar e fazer faculdade, ela é e deve ser considerada apta para ser inserida no mercado de trabalho. Merece um trabalho digno e não inferior, como é sempre oferecido para as pessoas com deficiência, julgando–as incapaz de ter um cargo dentro da sua formação, seja ela técnica ou superior. Por exemplo, se a pessoa é economista, a colocam em uma vaga de guarita de estacionamento. Infelizmente, a taxa média de empregabilidade das pessoas com deficiência é de apenas 44%, o que é uma vergonha, enquanto que as demais é de 75%, é injusto e humilhante. (http://blog.isocial.com.br)

“PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SÃO COMO MEMBROS DA SOCIEDADE E TÊM O DIREITO DE PERMANECER EM SUAS COMUNIDADES LOCAIS. ESTAS DEVEM RECEBER O APOIO QUE NECESSITAM DENTRO DAS ESTRUTURAS COMUNS DE EDUCAÇÃO, EMPREGO, SAÚDE E SERVIÇOS SOCIAIS”. 

Normas sobre a Equiparação de oportunidades para a pessoa com deficiência. Assembleia geral da ONU.
“A deficiência não me define, eu existo antes dela”(anônimo).