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OPINIÃO Venilso Trevizan: "Para onde vamos?" Frei 17 JUN 2017 • POR • 01h00

Quando alguém planeja uma viagem, alguns itens são indispensáveis, como: o destino para onde se dirigir, caminhos a percorrer, o que levar e como se locomover. Empreender a viagem sem esses quesitos será muito difícil concretizar o sonho ou o projeto.

Assim é a vida humana. Todos estamos a caminho, muito embora nem todos os caminhos sejam seguros. Será preciso prestar atenção para bem escolher e para prosseguir com segurança, pois todos almejam chegar ao destino proposto.

Nesses caminhos, encontraremos pessoas alegres e otimistas. Encontraremos pessoas abatidas e desanimadas. Encontraremos pessoas dispostas e solidárias. Encontraremos realidades constrangedoras e reprováveis. Encontraremos situações tristes e dolorosas.

São situações nem sempre condizentes com a dignidade humana e muito menos com a espiritualidade cristã. São situações de jovens desorientados mendigando esperança. São adultos marginalizados buscando meios de sobreviver. São meninos e meninas de rua suplicando acolhida e carinho. São autoridades se corrompendo e mentindo ao povo.

São realidades que ferem a sensibilidade de quem tem coração, de quem cultiva a fé e de quem alimenta esperança de um mundo mais humano, de quem tudo faz no sentido de diminuir a dor e fazer prevalecer a solidariedade. 

O Mestre dos mestres ao constatar essa realidade gritante chama junto a si seus seguidores e, após orientá-los, os envia a formarem comunidades onde prevaleça a fraternidade e a solidariedade especialmente com os mais empobrecidos. Tudo deverá ser de todos.

O mundo não entende esse gesto. Continuam as guerras fratricidas. Continuam as discriminações raciais. Continuam os conflitos entre religiões. Continuam os escândalos políticos e administrativos. E Deus, que deveria ser a razão do amor, do perdão e da misericórdia, está sendo razão de perseguições e de matanças.

O  absurdo acontece e poucos são os que se sensibilizam. Tudo se torna vulgar. Matar um ser humano, ou deixá-lo morrer de fome, já se tornou fato comum. Ninguém assume a responsabilidade. O coração humano já não é mais de carne, mas de pedra.

Está na hora de despertar e assumir a responsabilidade de zelar da dignidade desses seres humanos. Está na hora de organizar e unir forças em favor da vida formando comunidades de fé e de solidariedade. Só assim poderemos sentir-nos pertencentes ao povo de Deus que caminha alegremente para a gloria.

Chegaremos a essa tão desejada gloria se obedecermos aos apelos do Mestre que nos quer atentos e ativos purificando as mentes, curando os doentes, expulsando os espíritos corruptos e ressuscitando os que morreram em seu desespero. Ainda é preciso oferecer vida nova aos que se perderam pelo caminho e alimento para os famintos de amor e de esperança.

Estamos a caminho. Estamos esperançosos de chegarmos à glória. Não poderemos perder de vista nossas responsabilidades. Não basta sonhar. É preciso pensar, refletir e definir atitudes.