O Ministério Público Federal (MPF) pediu o sequestro de dois imóveis ligados a duas filhas do ex-ministro Antonio Palocci sob suspeita de que as aquisições podem ser fruto do crime de lavagem de dinheiro.
Os procuradores apontam que Palocci fez doações que somam quase R$ 3 milhões para uma filha, e quase R$ 1,5 milhão para a outra, e que, com esses recursos, elas teriam comprado os imóveis.
O pedido foi feito pelo procurador regional da República Januário Paludo no dia 12 de junho e até a manhã desta segunda-feira (19) não tinha sido analisado pelo juiz Sérgio Moro.
Conforme Paludo, como Palocci é investigado em duas ações penais da Lava Jato, é preciso bloquear os bens para eventuais reparações.
"Dessa forma, Antonio Palocci, valendo-se dos recursos ilícitos que transitaram por suas contas bancárias, adquiriu bens imóveis de elevado valor em benefício de Carolina Palocci e Marina Watanabe, o que pode, em tese, caracterizar o delito previsto no art. 1º da Lei 9.613/98", disse o procurador.
Palocci está preso desde o dia 26 de setembro do ano passado. Atualmente, está detido na carceragem da
Polícia Federal (PF), em Curitiba. Ele foi denunciado uma vez por corrupção passiva e 19 vezes por lavagem de dinheiro.
O processo apura se Palocci recebeu propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. Ele e os outros réus respondem por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-ministro é acusado de intermediar propinas pagas pela Odebrecht ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ex-executivos da empreiteira afirmaram que o codinome "Italiano", que aparece em uma planilha ao lado de valores, fazia referência a Palocci. Ele nega ser o "Italiano".