
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) devem decidir nesta quinta-feira (22) sobre a homologação da delação da JBS. O julgamento desta quarta foi suspenso e será retomado na próxima sessão.
O plenário do Supremo discute os limites da atuação do relator e se Edson Fachin é o responsável pela delação da JBS. Primeiro a votar, ele defendeu que a homologação de acordos de delação premiada seja feita monocraticamente pelo relator. Alexandre de Moraes seguiu o voto do colega.
Celso de Mello, Marco Aurélio e Luiz Fux sinalizaram que concordam com a tese de Fachin. Depois do voto de Moraes, a sessão foi suspensa por causa do horário.
A discussão envolvendo a JBS partiu de um pedido do governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que questiona se cabia a Fachin homologar a delação.
O ministro Moraes argumentou que validar o acordo de colaboração é um ato processual e não significa que as informações relatadas sejam verídicas.
Decano da corte, Celso de Mello interferiu durante o voto de Moraes para defender os acordos de delação premiada. Ele citou precedente da corte, que em 2015 já decidiu sobre o assunto.
Segundo ele, alterar os acordos depois de assinados pode criar um clima "indesejável" de insegurança jurídica. Para o decano, ao homologar colaboração, o relator deve analisar se os requisitos para o acordo foram cumpridos.
CITAÇÃO
Reinaldo Azambuja foi citado por Wesley Batista de receber propina para garantir incentivos fiscais à empresa.
As citações também geraram pedidos de impeachment na Assembleia Legislativa e deputados instauraram CPI, que apesar de estar desacreditada, promete investigar não só o governador, mas também André Puccinelli e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.