Logo Correio do Estado

Problema MP abre inquérito para apurar invasão de pombos em postos de saúde na Capital Laudo apontou alojamento desses animais e de suas fezes em seis locais 24 JUN 2017 • POR Lucia Morel • 10h12

Não bastasse a já conhecida falta de equipamentos e também de mão de obra, como médicos e enfermeiros, as unidades de saúde de Campo Grande são também alvo de pombos, cujas fezes podem transmitir doenças. Inquérito do Ministério Público Estadual (MPE), que se baseia em laudo da Controladoria de Controle de Zoonoses (CCZ), mostra “invasão” de pombos na Unidade Básica de Saúde (UBS) e no Centro Regional de Saúde (CRS) do Bairro Aero Rancho.

Anexo à investigação está o laudo, que identificou alojamento desses animais e de suas fezes em seis locais distintos: nos aparelhos de ar condicionado, nas estruturas metálicas do telhado, perto das luminárias, nos vãos entre as paredes internas, nos pilares de concreto e nos vãos de acesso ao forro. 

O relatório de vistoria destaca que chegou-se a instalar telas em parte dessas áreas, “porém, não foram instaladas e fixadas adequadamente”, o que permitiu que os pombos continuassem acessando as unidades e “ofertando vãos e fácil acesso para pouso das aves”. 

Sobre as telas, o laudo sustenta também que não houve manutenção delas e “se apresentam sujas de fezes e penas” e ainda que se desprenderam, “permitindo que as aves pousem sobre as estruturas anteriormente vedadas”.

Os riscos dessa situação é a proliferação de microorganismos e bactérias em ambiente de saúde. Isso porque, segundo dados nacionais, cada pombo produz cerca de 2,5 kg de fezes por ano e nelas estão presentes fungos, bactérias e ácaros que podem causar, pelo menos, seis tipos de doenças, entre elas: a criptocose, que pode dar meningite; a histoplasmose, que pode dar doenças pulmonares; a salmonelose, que pode dar distúrbios gastrointestinais e ainda dermatites e alergias.

O inquérito do MPE foi aberto para apurar falta de médicos, equipamentos e insumos no posto 24 horas (CRS) do Aero Rancho, mas com o andamento das investigações, identificou-se o problema com os pombos e ainda outras 90 “inconsistências sanitárias” na UBS e no 24 horas.