O avião que transportava 653,1 quilos de cocaína e que decolou de uma propriedade arrendada pela empresa Amaggi, que pertence à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, está registrado em nome de uma pessoa que tem ligação com Campo Grande. O caso aconteceu no domingo (25).
A matrícula da aeronave é PT-IIJ e consta na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que ela é de Jeison Moreira Souza, 26 anos. O modelo do equipamento é o Piper Aircraft, com dois motores convencionais e que inclusive pode voar durante a noite.
Jeison Moreira Souza tinha uma casa alugada no bairro Noroeste, mas abandonou o local e inclusive responde a processo na Justiça Estadual. Houve audiência em 11 de maio, mas Jeison não compareceu. A dívida cobrada é de R$ 2.832,50. O aluguel era de R$ 550 e no contrato aparece que o homem é motorista, o que ajuda a levantar a suspeita que ele seria um "laranja".
A droga teria origem da Bolívia e o avião foi carregado na fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo de Parecis (MT). O destino era chegar em Santo Antônio Leverger, mas caça da FAB que partiu da Capital interceptou o piloto e chegou a fazer disparo de advertência. O pouco só aconteceu em fazenda que fica no município de Jussara (GO).
O piloto foi preso, mas não teve o nome divulgado. O monitoramento e a descoberta da aeronave aconteceu no âmbio da Operação Ostium, que fiscaliza a fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia. A Polícia Federal e outros órgãos de segurança estão envolvidos na investigação.
A empresa Amaggi informou que não não tem ligação com o avião bimotor e não havia dado autorização para pouso ou decolagem. "A região de Campo Novo do Parecis tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do Estado de Mato Grosso com a Bolívia", informou nota.
HISTÓRICO
O mesmo avião já pertenceu ao paraguaio Antonio Marques Duartez, que morreu aos 24 anos em um acidente aéreo em Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã.
Também estava nesse acidente e morreu, conforme divulgou a Veja, Mário Ney Chaves Pires. Ele era investigado na CPI do Narcotráfico e pela Polícia Federal por pertencer a uma quadrilha que enviava cocaína colombiana para a Europa.