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tinham 3 filhas Jovem morta estrangulada pelo ex-marido sonhava ser médica Mãe da vítima disse que casal terminou várias vezes e dá conselhos 27 JUN 2017 • POR GISELE MENDES, DE TRÊS LAGOAS • 19h20

A jovem Hevelyn de Abreu Xavier, 24 anos, estrangulada até a morte pelo ex-marido em Três Lagoas, sonhava em cursar faculdade de medicina.

De acordo com a mãe, Kátia Katiane de Abreu Xavier, 42 anos, a filha sempre foi batalhadora, sonhadora e muito esforçada, porém, perdeu o direito da vida por causa de um homem que não aceitava o fim do relacionamento.

Conforme Kátia, que mora em Campo Grande e foi para Três Lagoas sepultar a filha na tarde de segunda-feira (27), a história dela com o ex-marido Allan Cezar Santos Morais, 33 anos, sempre foi muito conturbada, visto que ele era ciumento e as brigas entre o casal eram constantes.

Desse relacionamento, nasceram três filhas, que hoje tem entre 1 ano e 9 meses e quatro anos de idade. “A minha filha viveu sete anos da vida dela como um verdadeiro pesadelo, ele nunca a fez feliz e eu nunca concordei com esse casamento”, contou.

Por conta das brigas, o casal perdeu a guarda dos filhos; eles ficaram por sete meses em um abrigo da cidade, mas depois de lutar na Justiça Kátia conseguiu a guarda e os levou para a Capital, onde eles moram com os avôs.

Hevelyn trabalhava com varrição de rua e acordava sempre nas madrugadas para cumprir seu papel. Conforme Kátia, ela não tinha vergonha do seu emprego e era muito dedicada em tudo que fazia, pois tinha como meta alcançar seu grande objetivo que era ingressar em uma faculdade de medicina.

“Eu espero que a Justiça seja feita, porque eu sei que jamais terei minha filha de volta, estou sem acreditar até agora que ela não está mais aqui”, disse emocionada.

CONSELHOS

Kátia chamou a atenção de jovens que sofrem em relacionamentos abusivos. Segundo ela, é muito importante ouvir os conselhos das mães. Ela comentou que as mães sentem quando algo pode dar errado e, segundo a mulher, foi o que aconteceu com a filha: apenas se consolidou aquilo que ela já temia.

“A minha filha terminou com ele por várias vezes, porém, ele ia até Campo Grande, a iludia e ela voltava, mas eu sabia que o final dessa história seria triste e foi o que aconteceu, infelizmente”, completou.

O CASO

Hevelyn foi encontrada morta na casa onde morava, no Bairro Jardim das Oliveiras, na tarde de domingo (25). Porém, o corpo da jovem já estava em decomposição, o que indica que ela pode ter sido morta no sábado.

Allan, seu ex-marido, é considerado o principal suspeito de cometer o crime, mas continua foragido. Ele não aceitava o término do relacionamento, nem o fato de ela estar namorando outro homem.

Kátia, mãe da Hevelyn, ficou sabendo da morte da filha através de áudio gravado pelo Allan e encaminhado pelo WhatsApp.