Logo Correio do Estado

governabilidade Com crise política, Temer desiste de encontro do G20 Com crise política, Temer desiste de encontro do G20 28 JUN 2017 • POR FOLHAPRESS • 20h02

Sob o risco de ser afastado do cargo, o presidente Michel Temer desistiu de participar do encontro do G20, que será realizado nos dias 07 e 08 de julho na Alemanha.

Ele também decidiu não comparecer mais a almoço com a premiê alemã Angela Merkel, em Berlim, e não se encontrar mais com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, em Bogotá.

Inicialmente, o peemedebista cogitou participar apenas da reunião principal do G20 e da foto com os chefes de governo. No início da noite, contudo, desistiu.

A avaliação é de que, diante do momento crucial para a sua sobrevivência no cargo, o peemedebista deve permanecer no país para garantir vitórias na Câmara e no Senado.

Temer será o primeiro presidente brasileiro a não comparecer ao G20 desde 2008, quando os chefes de governos começaram a comparecer ao encontro.

Para julho, ele só não desmarcou viagem a Mendoza, na Argentina, quando o Brasil assumirá a presidência do Mercosul. Ela está marcada para o final do mês.

Na semana passada, quando o presidente estava em viagem à Rússia e à Noruega, o Palácio do Planalto sofreu derrota na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), que recusou relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) da reforma trabalhista.

A expectativa é votar nas semana que vem as mudanças nas regras trabalhistas e barrar a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente até o final de julho, com a possibilidade inclusive de encurtar o recesso parlamentar.

Para se livrar da denúncia, o presidente precisa que 172 deputados federais não compareçam ou votem contra a aceitação do processo.

Para isso, ele apostará na tese de que está sendo perseguido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em busca do espírito de corpo dos parlamentares, muitos deles investigados.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, decidiu que vai enviar a denúncia contra Temer diretamente para a Câmara.

O ministro entendeu, como queria o Planalto, que a defesa política do presidente tem que ser feita no parlamento e a jurídica, no STF, caso o Judiciário tenha autorização para analisar o caso.