“Economia burra”. É assim que o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, definiu o contingenciamento orçamentário imposto pelo governo federal à Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A medida está obrigando a corporação a reduzir drasticamente trabalhos de fiscalização, operações e serviços administrativos, deixando as fronteiras com a Bolívia e o Paraguai livres para o tráfico de armas e drogas.
Apesar de não ser responsável pela gestão da PRF, o secretário foi contundente e avaliou que, no final das contas, não haverá contenção de gastos, porque os recursos poupados com policiamento terão que ser aplicados em outras áreas que são indiretamente prejudicadas pelo aumento na criminalidade.
“As armas que passam pela nossa fronteira são as mesmas que vão matar policiais no Rio de Janeiro. A droga que entra no Brasil, vinda de países vizinhos, é a mesma que vai piorar a situação das cracolândias em São Paulo. Isso deixa claro que o caminho adotado é o inverso do que deveria”.
Para se adequar à nova condição orçamentária, que caiu de R$ 420 milhões para R$ 257,6 milhões, a PRF limitou despesas com combustível, manutenções e diárias, resultando na suspensão de atividades como escoltas para cargas superdimensionadas e escoltas em rodovias, policiamento, operações, resgate aéreo e deslocamento terrestres de viaturas.
*Leia reportagem, de Renan Nucci, na edição de hoje do jornal Correio do Estado.