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ARTIGO Arrison Szesz: "Rota de escoamento de MS não é a mais cara do País" Formado em Direito, analista de planejamento da CCR MSVia 11 JUL 2017 • POR • 02h00

Em um estudo publicado recentemente, a rota de escoamento para exportação de grãos pelo Estado de Mato Grosso do Sul apareceu como a mais cara do Brasil. O trajeto teria como ponto de origem a cidade de Campo Grande (MS) e o destino final o Porto de Paranaguá (PR), via modal rodoviário. O custo seria de R$ 469,31 por tonelada em um trajeto de 2.229 quilômetros. 

No mesmo estudo, foi apresentada uma rota com a mesma origem, destino e modal de transporte, porém, com a distância de 1.234 quilômetros e custo de R$ 237,34 por tonelada.

Como podem duas rotas com a mesma origem, destino e modal terem diferença de 81% na distância?
São chamadas de “rotas de escoamento” as opções que viabilizam o transporte e possuem custos atrativos. Notem que, com uma distância de 2.229 quilômetros, seria necessário o veículo sair de Campo Grande, ir até Belo Horizonte (MG) e de lá então seguir em direção ao Porto de Paranaguá.

Ao consultar o estudo publicado pelos órgãos federais, foi constatado que existia uma inconsistência em uma das rotas de origem de Campo Grande com destino ao Porto de Paranaguá e a distância realmente estava com divergência, o que fez com que o custo saltasse para R$ 469,31.

Em contato com os responsáveis que participaram da elaboração dos estudos, foi constatado que realmente houve um equívoco na distância de uma das rotas.

A rota com origem de Campo Grande e destino ao Porto de Paranaguá com 1.234 km por meio do modal rodoviário é o trajeto via Mundo Novo (MS) e a outra rota com a mesma origem, destino e modal, é via Campo Mourão (PR) e que possui a distância de 1.179 km. Os responsáveis pelo material publicado informaram que o custo do segmento será recalculado para a rota mais curta e os ajustes estarão disponíveis na versão 1.1 do relatório.

Com a sua produção de grãos recorde de 18 milhões/t em 2017 e exportações próximas de 40% da produção dos últimos anos, o Estado de Mato Grosso do Sul tem uma rota de escoamento viável, quando comparada com outros Estados.

Mato Grosso do Sul exportou em 2016 pouco mais de 3,3 milhões de toneladas (65% do volume total exportado) de grãos somente pelos portos da região sul, sendo eles Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (Porto localizado no estado de Santa Catarina), Imbituba (SC) e Rio Grande (RS).

O maior volume exportado utiliza a rota de Campo Grande ao Porto de Paranaguá, a qual não é o percurso mais caro do País, se tornando uma rota até mais viável do que as do Estado de Mato Grosso, por exemplo.

Esta situação está atrelada ao fato de que o principal corredor de exportações do estado, a BR-163/MS, concedida à administração da iniciativa privada desde 2014 (CCR MSVia), apresenta ótimas condições de pavimento e operação, contribuindo para gerar uma redução nos custos de manutenção do veículo, consumo de combustível e tempo de viagem (segundo a Fundação Dom Cabral o consumo de combustível cresce até 60% se o pavimento não permite o desenvolvimento de um bom ritmo de viagem. Isso sem contar os custos de manutenção, que chegam a aumentar até 35% no caso dos caminhões, devido aos buracos na pista, tornando as exportações de MS ainda mais competitivas.