Juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, contra Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea, acusados pela morte de Werner Moreira Silva, ocorrida em fevereiro deste ano, em um lava jato na Capital.
Agora réus, Thiago e Willian respondem por homicídio doloso e podem ser julgados pelo Tribunal do Júri.
Na ação penal em que se pede a denúncia em desfavor de Thiago e Willian, a 18ª Promotoria de Justiça entendeu que o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois de acordo o procedimento investigatório, “o denunciado Willian, prevalecendo-se do porte físico franzino da vítima, imobilizou-a e agarrou-a pela frente do corpo, segurando seus braços e tórax, de forma a impossibilitar sua fuga, possibilitando, posteriormente, o denunciado Thiago, aproveitar dessa paralisação da vítima e, ligar o compressor e introduzir nela a mangueira de ar. Assim, caracterizada a qualificadora em tela, visto que a vítima imobilizada pelos denunciados, não teve qualquer chance de esboçar reação e de se defender, tampouco de fugir da investida que sofreu”.
O MP alegou ainda que os denunciados agiram com dolo eventual, pois estavam cientes do potencial ofensivo da mangueira, assumindo o risco de matar. E, mesmo cientes do perigo concreto que poderiam causar, ambos inseririam a mangueira no corpo da vítima, expondo órgãos vitais à forte pressão de ar.
Depois de passar por procedimentos cirúrgicos na Santa Casa, Werner não resistiu aos ferimentos causados pela compressão de ar e morreu no dia 14 de fevereiro de 2017.