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Água e esgoto Cadastro desatualizado de tubulações em ruas atrasa obra do Exército na Capital Prazo de entrega da requalificação da Guia Lopes e Brilhante é de dois anos 1 AGO 2017 • POR Lucia Morel • 10h43

Cadastro desatualizado da localização das tubulações de água e esgoto tem atrasado a requalificação das vias Guia Lopes e Brilhante, realizadas pelo Exército Brasileiro em parceria com a Prefeitura de Campo Grande. Por conta disso, o prazo de entrega da obra, que é de dois anos, pode ser ampliado.

Conforme o engenheiro militar, capitão Filipe Almeida Corrêa do Nascimento, responsável pelas obras, do dia 13 de fevereiro, quando a requalificação começou até agora, ao menos 12% deveriam estar concluídos, mas apenas 8% estão.

“Um trabalho que levaria cinco dias está levando mais tempo. A meta é implantar 15 metros de tubulação (de drenagem) por dia, mas temos feito sete”, afirmou, ponderando que a região da obra, o Bairro Amambaí, é antiga e a desatualização do cadastro é esperada.

O engenheiro ainda afirmou que é possível ampliar o prazo de entrega das obras de pavimentação e drenagem do corredor sudoeste de ônibus - ruas Guia Lopes, Brilhante, Marechal Deodoro e Bandeirantes -, se tais “surpresas” continuarem acontecendo. “É possível sim, mas estamos trabalhando em parceria com a prefeitura para que isso não aconteça”, sustentou.

O que ocorre é que quando o Exército abre determinado trecho das vias para implantar tubulação, acaba se deparando com canalização de esgoto ou de água que não estava prevista, já que o cadastro da localização dessas redes está desatualizado. “Se continuar assim, teremos que alterar o prazo de entrega”, disse.

O secretário de obras de Campo Grande, Rudi Fiorese, confirmou a desatualização dos cadastros, e afirmou que todas as semanas ocorrem reuniões para tentar solucionar esses problemas de forma rápida. “É natural que esses cadastros estejam desatualizados e isso causa mudanças no projeto, porque só detecta a mudança quando inicia o serviço”, ponderou.

Até agora, de R$ 24.046.944,07 destinados à obra, R$ 1.386.968,52 foram efetivamente utilizados, alcançando 8% de conclusão. Do total a ser investido, R$ 17.135.983,27 são para utilização exclusiva do Exército e outros R$ 6.914.110,25 para uso nas licitações que vão terceirizar serviços.

LICITAÇÕES
Outra situação que causa atraso nas obras é a falta de interessados e mesmo de capacidade técnica de empresas para realizar serviços de produção de asfalto polimerizado para implantar nas faixas de ônibus e implantação de meio-fio e bocas de lobo. 

Em relação à primeira, todas as quatro vezes em que o certame foi aberto, nenhuma empresa se interessou. Segundo o secretário de obras, isso porque o concreto betuminoso usinado a quente, o CBUQ polimerizado é muito pouco usado em Campo Grande e em Mato Grosso do Sul e por isso, as empresas daqui não estão preparadas para fornecer esse produto. 

Já em relação à licitação para instalação de meio-fio, por três vezes ela foi aberta, mas por duas vezes o Exército desclassificou empresas por não terem apresentado atestado de capacidade técnica para realizar o serviço e outra vez o processo foi deserto, ou seja, não houve interessados.

Na tentativa de conseguir dar andamento aos processos, que foram reabertos, empresas foram contatadas pelo Exército e pela prefeitura, e informadas do certame. “Fizemos uma pesquisa de mercado e acredito que dessa vez haverá resultado satisfatório”, comentou o capitão Filipe.